tag:blogger.com,1999:blog-19957433902417065272024-03-27T03:36:35.262-03:00Papo de CinematecaMuito Cinema Pra Todo Mundo!papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.comBlogger3220125tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-58721344517935011722023-12-30T00:02:00.000-03:002023-12-30T00:02:50.347-03:00'Pare Com Suas Mentiras': um blend rascante de drama e romance juvenil que narra as consequências de um amor sufocado por tradições | 2023<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b>NOTA 8.0</b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Alan Ferreira <a href="https://www.instagram.com/depoisdaquelefilme/" target="_blank">@depoisdaquelefilme </a></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Em meio ao turbilhão do balanço cinematográfico de 2023, repleto das já tradicionais (e polêmicas) listas com melhores e piores do ano, não é raro o surgimento de alguns títulos pouco ou nada badalados que chegam de mansinho e nos surpreendem. Este é o caso de<i> “Pare Com Suas Mentiras”, </i>longa dirigido por Olivier Peyon (<i>“Agitação de Tóquio”</i>) que aborda com muita sensibilidade as consequências do sufocamento de sentimentos por conta do respeito às tradições interioranas.</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKLyt2ZTvhGaNX00nUxNN5aSf60zDXv4OhSPw0h_Nq79OcP033IJkzgQTatbxj7L19FHZ8fNrNpaqZWqzLT1mmoga9Ft-jhfdmi2MECikfScSOh0xBVVHp9IYJv4ohwR0f_8QLl3hheV_cyHDTlQy4UtYlMUCA-_iobXmu6DnuOG4EdIRhWHEllLpBCU6D/s1024/lie2-1024x576.jpg.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="576" data-original-width="1024" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKLyt2ZTvhGaNX00nUxNN5aSf60zDXv4OhSPw0h_Nq79OcP033IJkzgQTatbxj7L19FHZ8fNrNpaqZWqzLT1mmoga9Ft-jhfdmi2MECikfScSOh0xBVVHp9IYJv4ohwR0f_8QLl3hheV_cyHDTlQy4UtYlMUCA-_iobXmu6DnuOG4EdIRhWHEllLpBCU6D/s16000/lie2-1024x576.jpg.webp" /></a></div><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Baseado no livro homônimo de Philippe Besson, o longa conta a história de Stéphane Belcourt (Guillaume de Tonquédec), um renomado escritor que volta à sua terra natal como embaixador de uma famosa destilaria. Na tradicional cidade de Cognac, as lembranças de um romance vivido às escondidas com um colega de escola em 1984 virão à tona, assim como segredos envolvendo os desdobramentos de sua partida. Se, a princípio, o retorno a um lugar que impediu a plena realização de seu primeiro amor causa um certo desconforto em Stéphane, aos poucos, ele vai se deixando levar pelas memórias que emergem, sobretudo quando entra cena o jovem Lucas, um funcionário da destilaria interpretado por Victor Belmondo, neto do ícone do cinema francês Jean-Paul Belmondo. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Através de uma montagem que alterna os preparativos para a cerimônia de celebração do bicentenário da empresa e flashbacks que remontam os encontros entre Stéphane e Julien, vividos respectivamente na juventude por Jeremy Gillet e Thomas Andrieu, <i>“Pare Com Suas Mentiras” </i>transborda sutileza. Trabalhando de maneira delicada mágoas que vão se elucidando à medida que as informações preenchem lacunas deixadas por não-ditos, o roteiro escrito pelo próprio cineasta, em parceria com Vincent Poymiro, tece (ou preserva da obra original) diálogos que são muito eficientes na forma como permitem, na hora certa, o acesso do espectador a cada novo aspecto da relação entre os personagens. Além disso, como não poderia faltar numa produção francesa que traz um escritor como protagonista, temos aqui também uma azeitada discussão sobre a ficção que criamos sobre nós mesmos para que possamos sobreviver em determinados espaços:<i> “Não é mentir. É inventar histórias.”,</i> argumenta Stéphane ao narrar uma bronca da mãe.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Valorizado pela direção segura de Peyon e pelas atuações de Tonquédec e Belmondo – é bom demais perceber que a herança cênica do avô não se restringiu à incrível semelhança física – esse drama sobre um acerto de contas com o passado salpicado com doses de romance juvenil emociona e faz refletir sobre o quão nocivas podem ser as ditas tradições, especialmente em lugares cuja economia se pauta por elas. Assim como o sorriso aprisionado de aceitação de Julien, presente no registro fotográfico que resgata sua verdadeira essência, <i>“Pare</i> <i>Com Suas Mentiras” </i>revelou-se para o público brasileiro nos últimos instantes de 2023 e poderia facilmente figurar em qualquer lista dos títulos (embora de sabor rascante, por vezes) mais inebriantes do ano.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDl9jDYRVFIS0FZBWcAKs2z_540DaqAxWjpzQwbacx0OBS8ffhyphenhypheninIXS2Mn3Anu6lSWKpJnnTitQ51BeBcjinBd73oYauCrvEe7cVUVwczw8Qh4piWHo20wUN-OEWrHyIfKsQ9v4QD9ZB2TMNZNgqrZSlEvK36ywtKBuBNfHrhw4oJJiKkKgRIVfacvp84/s1529/3.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="440" data-original-width="1529" height="38" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDl9jDYRVFIS0FZBWcAKs2z_540DaqAxWjpzQwbacx0OBS8ffhyphenhypheninIXS2Mn3Anu6lSWKpJnnTitQ51BeBcjinBd73oYauCrvEe7cVUVwczw8Qh4piWHo20wUN-OEWrHyIfKsQ9v4QD9ZB2TMNZNgqrZSlEvK36ywtKBuBNfHrhw4oJJiKkKgRIVfacvp84/w130-h38/3.png" width="130" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/PPKggY9ZPE4" width="650" youtube-src-id="PPKggY9ZPE4"></iframe></div><br /><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p>papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-6779991294553890772023-12-29T00:08:00.000-03:002023-12-29T00:08:52.000-03:00 'Os Três Mosqueteiros: Milady' : segunda parte mergulha na trama política sem abrir mão de boas batalhas | 2023<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b>NOTA 8.0</b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Rafa Ferraz <a href="https://www.instagram.com/isso.nao.e.uma.critica/" target="_blank">@issonãoéumacrítica </a></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">A prática não convencional de dividir filmes em partes tornou-se bastante comum este ano, com importantes franquias como <i>'Missão Impossível' </i>e <i>'Homem-Aranha'</i> adotando essa estratégia. Diferentemente das separações tradicionais, como nas sagas <i>'Senhor dos Anéis' </i>ou <i>'De Volta para o Futuro'</i>, essa abordagem assemelha-se mais à estrutura própria da TV, mais propensas a encaixar ganchos intrigantes, uma vez que a maioria se encerra em um clímax. A avaliação das vantagens e desvantagens dessa escolha criativa em <i>"Os Três Mosqueteiros"</i> são inerentemente subjetivas e dependerá da perspectiva de cada espectador. No entanto, ao considerar esta obra monumental da literatura francesa, que no original se estende por quase 800 páginas repletas de ação e intricadas tramas políticas, a escolha por uma narrativa mais cadenciada parece perfeitamente sensata. </span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhuzVP4FFeMvjp9TBQ163n2M-8JIebe0U8EcAHl1M6iEkkm0gA6w7J57i4byQtxwjbvFS9GdNLUh_wxhyphenhyphentIUIVGMHR_oubw8ESM280Xj3il8Df5FCm9e3r_AbyTx05WlZ3gvskNZ0EwJsyWoh8JKONqYQg5E7tp7ydh_CO5jgtVST5m4Kr4RGbfqZbzO0k/s1280/os-tres-mosqueteiros.jpg.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhuzVP4FFeMvjp9TBQ163n2M-8JIebe0U8EcAHl1M6iEkkm0gA6w7J57i4byQtxwjbvFS9GdNLUh_wxhyphenhyphentIUIVGMHR_oubw8ESM280Xj3il8Df5FCm9e3r_AbyTx05WlZ3gvskNZ0EwJsyWoh8JKONqYQg5E7tp7ydh_CO5jgtVST5m4Kr4RGbfqZbzO0k/s16000/os-tres-mosqueteiros.jpg.webp" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><p style="text-align: justify;">Na trama acompanhamos D'Artagnan (François Civil), que após o sequestro de Constance (Lyna Khoudri) se vê compelido a forjar uma aliança improvável com a enigmática Milady (Eva Green). Ao lado dos leais companheiros Athos (Vincent Cassel), Porthos (Pio Marmaï) e Aramis (Romain Duris), o jovem mosqueteiro irá se deparar com segredos obscuros capazes de abalar antigas alianças e desencadear uma iminente guerra. </p></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">É paradoxal que, em tempos de extrema polarização, onde todos têm uma opinião sobre tudo, as tramas políticas careçam de apelo popular. Isso pode derivar da percepção equivocada do cinema como uma forma de arte escapista dedicada à diversão simples e direta. Contudo, <i>"Os Três Mosqueteiros: Milady"</i> destaca-se ao mesclar habilmente os jogos de poder da França do século XVII com um entretenimento bem característico dos filmes mais populares. O diretor Martin Bourboulon realiza essa proeza não ao simplificar a narrativa ou oferecer uma releitura descomplicada, mas ao infundir um humor sutil nos diálogos e criar batalhas empolgantes. Vale ressaltar que os combates são marcados por pouquíssimos cortes, aliados a uma coreografia menos ensaiada e mais crua, conferindo uma sensação de realidade e impacto a cada golpe. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">As atuações mantêm o elevado padrão estabelecido na primeira parte; entretanto, nesta sequência, como sugere o próprio título, o foco direciona-se mais intensamente para o arco da misteriosa Milady, brilhantemente interpretada pela bela e talentosa Eva Green. Enquanto os demais personagens, especialmente o grupo de mosqueteiros, passam considerável tempo separados, ao reunirem-se, a química permanece inabalável, com um notável senso de união que faz toda a diferença, contribuindo para a coesão do elenco. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Sugerir que uma boa adaptação só pode emergir do país de origem do material base pode parecer preciosismo considerando exemplos como <i>"Ran"</i> e <i>"Trono Manchado de Sangue"</i>, esplêndidas adaptações japonesas das obras do inglês William Shakespeare. No entanto, <i>"Os Três Mosqueteiros"</i> narram uma história profundamente enraizada na sociedade francesa, tornando desafiador imaginar que esse diálogo com o público pudesse ser melhor desenvolvido por mãos estrangeiras. Infelizmente, para sustentar esse ponto, exemplos de fracassos não faltam. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxXW7yBCjYjOXhzR7WXxECLBoLzpt94Wji6Ifieaz-QHg_mliLu01OTWUf39UqaeJ26TU7-uXPFf-REdNibKZ3BxXW3Dq7AG1SJPZwRJVWZmXNvlEVOLyHnC3Dhazi8EdCIAuTn8iSUH77kkJAc3gRkH8GT84JYqwWvl0cAWyl2GY5w6SzS7DLEf2hy1t8/s1529/3.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="440" data-original-width="1529" height="36" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxXW7yBCjYjOXhzR7WXxECLBoLzpt94Wji6Ifieaz-QHg_mliLu01OTWUf39UqaeJ26TU7-uXPFf-REdNibKZ3BxXW3Dq7AG1SJPZwRJVWZmXNvlEVOLyHnC3Dhazi8EdCIAuTn8iSUH77kkJAc3gRkH8GT84JYqwWvl0cAWyl2GY5w6SzS7DLEf2hy1t8/w125-h36/3.png" width="125" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/DA8eadXbRtE" width="650" youtube-src-id="DA8eadXbRtE"></iframe></div><br /><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p>papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-44307345746523698722023-12-28T00:03:00.000-03:002023-12-28T00:03:58.328-03:00'Minha Irmã e Eu' : nova comédia de Susana Garcia tem apelo feminista em núcleo familiar | 2023<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b>NOTA 6.0</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Rogério Machado</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Susana Garcia é sem dúvidas uma das grandes realizadoras voltadas ao cinema de massa no Brasil. Em 2014 a cineasta nos trouxe o super sucesso </span><span style="font-family: verdana;"><i>'Os</i></span><span style="font-family: verdana;"><i> Homens</i> <i>São de Marte.. E É Pra Lá Que Eu Vou'</i>, estrelado por Paulo Gustavo e a irmã de Susana, Mônica Martelli. O projeto, que já vinha de um grande sucesso dos palcos, também teve grande êxito nas telonas e ganhou uma sequência três anos depois dando mais destaque a Paulo Gustavo (que no primeiro filme tinha só uma pequena participação) e novamente a bilheteria correspondeu às expectativas e confirmou Susana como uma cineasta que consegue se comunicar com grandes públicos. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhe8LmZ30dPb5Uf7mRsx-aBNNRMjAnaOfd9kC16k2fJqSHs8DWc29iK6SRZgMp4de6yBjnTf0KZ6HnaAA6Xqy0Z5GWIFbFjo0UAh7g-_FI6Cweg_o2a9FYoQWPU3AzALvHsaA4bO4Dbt4ur2B1nniEbYbbu9YjmlDs0r714fjVF-paj3-4h9oyNfzU2E7ud/s1200/minhairmaeeu_1.jpg.webp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="700" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhe8LmZ30dPb5Uf7mRsx-aBNNRMjAnaOfd9kC16k2fJqSHs8DWc29iK6SRZgMp4de6yBjnTf0KZ6HnaAA6Xqy0Z5GWIFbFjo0UAh7g-_FI6Cweg_o2a9FYoQWPU3AzALvHsaA4bO4Dbt4ur2B1nniEbYbbu9YjmlDs0r714fjVF-paj3-4h9oyNfzU2E7ud/s16000/minhairmaeeu_1.jpg.webp" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div>Em </span><i style="font-family: verdana;">'Minha Irmã e Eu' </i><span style="font-family: verdana;">conheceremos Mirian (Ingrid Guimarães), a irmã mais velha de Mirelly (Tatá Werneck). As duas passaram a infância no interior do Goiás, onde nasceram, mas, depois de certa idade, os caminhos delas se separaram por completo: Mirelly foi morar no Rio de Janeiro, onde trabalha em contato direto com artistas e celebridades, já Mirian ficou em Rio Verde, onde se casou cedo com Jayme (Márcio Vito), teve dois filhos – Jayme Júnior (Jaffar Bambirra) e Marcelly (Nina Baiocchi) – e até então toma conta da mãe, Dona Márcia (Arlete Salles), que foi morar com ela por um tempo e acabou ficando direto. Às vésperas da festa de aniversário de 75 anos da mãe, Mirian insiste para que a irmã Mirelly venha até sua cidade natal, pois tem a intensão de pedi-la que divida a responsabilidade de cuidar da mãe, alegando ser sua vez de receber a mãe em casa, no Rio de Janeiro. O que Mirian não sabe é que Mirelly vive de aparências e, por isso, não tem a intenção de aceitar a proposta da irmã. Durante a festa, Dona Márcia acaba ouvindo a discussão das duas e decide sumir do mapa. Agora as irmãs terão que deixar suas diferenças de lado e ir à procura da mãe. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Dado o histórico das duas atrizes é claro que o humor é o foco durante a trajetória conturbada dessas duas irmãs, tão diferentes e iguais ao mesmo tempo. Uma, como tantas histórias de quem vive no interior, decidiu que queria mais do que ter uma família e filhos e partiu pra cidade grande. Já a mais velha optou por ter uma vida tranquila e se dedicar à família, assim como fez sua mãe. Essa comédia familiar de retorno às raízes tem a pegada das comédias de situação e a certo estágio também se transforma em um Road Movie, e são essas sequências as mais divertidas e que arrancam boas risadas. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">No entanto, quando a narrativa se apoia em seu tema central, que é a retomada da união das irmãs e a dramatização dos momentos em família é quando a voltagem cômica diminui e inevitavelmente cria um contraste que acaba desequilibrando a boa cadência do filme. Sim, o objetivo aqui é a velha e boa mensagem de união da família e reconciliação, contudo esses momentos acabam não tendo o impacto e se tornando o que conhecemos como dramalhão.</span></div><div><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Ainda assim, por se tratar de um projeto feito por mulheres em um universo dominado por homens e nos apresentar figuras femininas que não ficam à sombra desses mesmos homens, <i>'Minha Irmã e Eu' </i>acaba por também deixar sua marca, dentro e fora das telas. É uma pena que o filme só pincele a temática feminista e deixe para reforçar a mensagem muito tardiamente, mas enquanto comédia, salvo pelas decaídas ressaltadas acima, o filme cumpre sua função de entreter.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN-2By2-xbinYeFur_B0LnJc7YWCxfnF83NCHgHfLtv1kMI7cTfdYlO-L_bDA_K1Pwbis6V8ArW2rHnBM_4V_VTQo5N2UKLv6UGJmgnx6zTmR9xsV-sJN_rxG2TCv-Hpj0tzJrErZsJg4yb7PNghILO1ITmbxVAzL6USg-2nAYq4CKNYenOQ_ewh7Id3OM/s1147/Picsart_23-06-27_00-49-31-273.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="373" data-original-width="1147" height="33" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN-2By2-xbinYeFur_B0LnJc7YWCxfnF83NCHgHfLtv1kMI7cTfdYlO-L_bDA_K1Pwbis6V8ArW2rHnBM_4V_VTQo5N2UKLv6UGJmgnx6zTmR9xsV-sJN_rxG2TCv-Hpj0tzJrErZsJg4yb7PNghILO1ITmbxVAzL6USg-2nAYq4CKNYenOQ_ewh7Id3OM/w101-h33/Picsart_23-06-27_00-49-31-273.png" width="101" /></a></div></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/Y-Q0wxkoqRo" width="650" youtube-src-id="Y-Q0wxkoqRo"></iframe></div><br /><div><br /></div>papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-50992445296598617512023-12-27T00:30:00.000-03:002023-12-27T00:30:51.038-03:00'Mamonas Assassinas - O Filme' : trajetória meteórica da banda é retratada em filme homenagem | 2023<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b>NOTA 7.0 </b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Rogério Machado </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Ao menos no Brasil, nunca houve uma banda como <i>'Mamonas Assassinas'</i>, que muito além de um jeito único de fazer música, também imprimiu um estilo marcante e repleto de irreverência, desde a atitude até os figurinos. A conexão entre as letras e o visual com toda certeza é o que colocou a banda no imaginário popular em muito pouco tempo. É como afirmou Walkiria Barbosa, uma das produtoras do longa, durante a pré estreia do filme no Rio de Janeiro: <i>'O Mamonas é a banda mais pop que o Brasil já teve'.</i></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5UZyog1c7MAg-WCuLPygPAVKflnUW9JT9w_fFd43LqKEzLs9FPUuMNtud7fNVwl15Rf0CDFXSgKtg1OgkZFASw6YN1emsSrNkH1SPtNK_t612jD2bazH0EvzjA64XijQ4FieTn1soXBdqtg07Qkn1KjhBCas0Kb6GfVuDME_GIuGZGdZvxvgHhDX-Yf69/s774/2071018249-0bf0cc652148b553e088de4210c9b942.webp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="435" data-original-width="774" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5UZyog1c7MAg-WCuLPygPAVKflnUW9JT9w_fFd43LqKEzLs9FPUuMNtud7fNVwl15Rf0CDFXSgKtg1OgkZFASw6YN1emsSrNkH1SPtNK_t612jD2bazH0EvzjA64XijQ4FieTn1soXBdqtg07Qkn1KjhBCas0Kb6GfVuDME_GIuGZGdZvxvgHhDX-Yf69/s16000/2071018249-0bf0cc652148b553e088de4210c9b942.webp" /></a></span></div><span style="font-family: verdana;"><p style="text-align: justify;"><i style="font-style: italic;">'Mamonas Assassinas - O Filme'</i> acompanha a trajetória dos amigos Dinho (Ruy Brissac), Júlio (Robson Lima), Bento (Alberto Hinoto), Sérgio (Rhener Freitas) e Samuel (Adriano Tunes) que, juntos, formaram um dos grupos mais marcantes e inusitados que o Rock Brasileiro já viu. Provando-se um sucesso estrondoso em um curtíssimo espaço de tempo, o quinteto precisou de muitas tentativas frustradas, fazendo bicos aqui e ali e tocando em comícios para conseguir mostrar que podia ser a próxima grande banda do Brasil.</p></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Sob a direção de Edson Spinello e inicialmente sendo pensado como uma série, após divergências nas negociações, o projeto ganhou finalmente seu formato para um longa metragem focado no início da carreira dos meninos em Guarulhos, que fica na região Metropolitana de São Paulo. O encontro com o midas da música nacional Rick Bonadio, o produtor musical que acreditou na banda, tem boa parte da atenção do roteiro de Carlos Lombardi. Das cenas em estúdio, passando pela criação da música e a construção do estilo do grupo até o estrelato definitivo, é o que o filme tem de melhor. E aqui é importante ressaltar que tudo se torna tão quente e vívido dada a escolha de regravar as canções e usar a voz do ator, Ruy Brissac, que inclusive já havia vivido o vocalista no teatro. Brissac é a força motriz do filme assim como Dinho era da saudosa banda. É impressionante a semelhança física, mas para a além disso está o poder de absorver a atitude e o jeito fanfarrão do artista. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">É certo que o grande atrativo, principalmente para os fãs da banda, serão as reconstituições dos shows e as apresentações na tevê, e nisso o filme é impecável e alcança seu objetivo. Contudo, quando o enfoque é a dramatização da vida privada dos componentes da banda, a coisa muda de figura: são diversas sequências com atuações que fazem cair a temperatura e subtramas que não convencem a audiência. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Com a mensagem que sonhos são possíveis e que acreditar é a essência da vida, <i>'Mamonas Assassinas - O Filme'</i> é divertido e um filme homenagem à altura da banda e dos efervescentes e politicamente incorretos anos 90. O filme deixa a desejar em alguns quesitos técnicos, como o som por exemplo, mas em compensação é cuidadoso com a direção de arte e o figurino, muitos inclusive são itens da própria banda cedidos gentilmente pela família, que também acompanhou todo o processo. O longa de Spinello acerta na linha do tempo e com toda certeza ganhará espaço nessa época concorrida nas salas de cinema. O legado para as novas gerações permanece intacto. Mamonas vive!</span></p><p><br /></p><p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAY2Z-btT02fpE0GV7fWSjOBcQtWiSLNF-RrsVhgaCwtbBb92N4yWD7N1DC4vd0VGt638dW-9tbgGqNP-Luu-FsnGd13YpubXV-XVslEyvwCQCL3croYexlpDx5XLt_F6-JZYJH5W2dcPPh8lebn5raF6bhEWtcmi2Cpw0QFHogck6RpNH2Xi39FtJXX8z/s1334/4.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="463" data-original-width="1334" height="43" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAY2Z-btT02fpE0GV7fWSjOBcQtWiSLNF-RrsVhgaCwtbBb92N4yWD7N1DC4vd0VGt638dW-9tbgGqNP-Luu-FsnGd13YpubXV-XVslEyvwCQCL3croYexlpDx5XLt_F6-JZYJH5W2dcPPh8lebn5raF6bhEWtcmi2Cpw0QFHogck6RpNH2Xi39FtJXX8z/w123-h43/4.png" width="123" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/--l0YXLEZqY" width="650" youtube-src-id="--l0YXLEZqY"></iframe></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /><br /></div><br />papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-56603027276402377552023-12-23T01:47:00.000-03:002023-12-23T01:47:50.714-03:00 'Maestro' : Bradley Cooper retorna ao posto de diretor em filme que revisita a vida pessoal de um gênio da música | 2023<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b>NOTA 6.0</b></span></p><div dir="auto" style="text-align: justify;"><span style="color: #999999; font-family: verdana;"><i>Você nem sabe o quanto precisa de mim</i></span></div><div dir="auto" style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div dir="auto" style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Vinícius Martins <a href="https://www.instagram.com/cinemarcante/" target="_blank">@cinemarcante </a></span></div><div dir="auto" style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div dir="auto" style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div dir="auto" style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div dir="auto" style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Que Bradley Cooper é um grande artista todos já sabemos. Em 2018 ele conquistou uma notoriedade imensa com seu debute no cargo de diretor com o premiado <i>‘Nasce Uma Estrela’,</i> e agora retorna ao posto assumindo um papel quádruplo de cargos em<i> ‘Maestro’,</i> como diretor, produtor, roteirista e ator. O longa, que é um original Netflix, tem como chamariz uma leitura sobre a vida do maestro estadunidense Leonard Bernstein e a intimidade de sua vida matrimonial. Ocorre que, contudo, o filme tem dividido muitas opiniões devido ao modo como a trama foi estruturada, com um direcionamento que visita superficialmente alguns momentos da vida de Bernstein e de sua esposa Felicia Montealegre, priorizando a narrativa frágil de um romance conturbado acima daquilo que de fato provoca a arte do maestro em questão - como o próprio filme anuncia já em seus primeiros minutos.</span></div><div dir="auto" style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div dir="auto" style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3zqyVEAE31k_cjTjJcw0Fu5Z2AiN6kQEjmXauTDePftxN3wJ-yX2RjTvuMy-rn_f6A9sEIwtDwRVhuOLwCf-HJGTLyHzE2ncwmlumSmnRh5Qc3XNrDlCpRz1ap_AAkDWno_xYwN-HZW15pqnOsODH16nDiUn72CibEp82gOiuLzXdsJ3khBuFmiKk0XdR/s1024/Maestro-historia-real-do-filme-da-Netflix.webp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="576" data-original-width="1024" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3zqyVEAE31k_cjTjJcw0Fu5Z2AiN6kQEjmXauTDePftxN3wJ-yX2RjTvuMy-rn_f6A9sEIwtDwRVhuOLwCf-HJGTLyHzE2ncwmlumSmnRh5Qc3XNrDlCpRz1ap_AAkDWno_xYwN-HZW15pqnOsODH16nDiUn72CibEp82gOiuLzXdsJ3khBuFmiKk0XdR/s16000/Maestro-historia-real-do-filme-da-Netflix.webp" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><div dir="auto" style="text-align: justify;"><br /></div><div dir="auto" style="text-align: justify;">A trama se desenvolve ignorando uma leitura mais profunda sobre a genialidade do grande musicista e regente que Bernstein foi e escolhe dar mais destaque aos conflitos de Felicia, mostrando o quão complicado foi orbitar a grande estrela que o maestro era com suas preferências não-monogâmicas, e a dificuldade de amá-lo tendo que tolerar esses hábitos humilhantes. Assumo que, assim como a maior parte da crítica, eu também não gostei tanto das escolhas que o filme tomou em uma primeira visita. Porém, há de se observar que a verdadeira estrela do filme e quem o protagoniza de fato é a Felicia de Carey Mulligan, que rege a conexão mais efetiva entre o público e a trama. Quando observado desse ângulo e assumida essa figura protagonista, a compreensão sobre o filme pende a mudar. Ela é a grande regente da vida pessoal de Bernstein, o grande amor por quem ele se apaixonou de imediato, e o filme a destaca em meio a sombra do grande artista renomado de forma literal para confirmar que é dela o brilho nesse filme.</div></span></div><div dir="auto" style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div dir="auto" style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">A produção é minuciosamente calculada em sua pontualidade musical. O design adotado pela fotografia também enche os olhos, alternando formatos de tela e paletas de cor que vão desde a escala de cinza e movimentações dançantes e perambulantes de câmera até os coloridos apáticos e parcialmente saturados, com uma câmera mais sóbria e estática, dando um tom mais drástico aos fragmentos da vida do casal exposto na tela. O elenco está plenamente envolvido, e a entrega de Cooper e Mulligan aos seus papéis é linda de ver. São muitas qualidades, muitas mesmo. Tantas que ouso dizer que são até demais. Após concluído, o filme me transmitiu uma atmosfera muito técnica e pouco emocional no que diz respeito ao aprofundamento na intimidade, com exceção da performance de Mulligan, que ao meu ver é digna de Oscar. É um filme belo, mas cuja preocupação em ser belo fica nítida e se sobrepõe à naturalidade. Falta um cadência natural que conecte todo o escopo. Culpa de uma montagem equivocada, talvez, ou ainda do roteiro que jogou pedaços temporalmente bem espaçados na história e não deixou o público maturar algumas informações. Como resultado, um segundo ato penoso que foi um dos poucos em 2023 que me fez olhar o relógio para saber quanto do filme ainda faltava até acabar.</span></div><div dir="auto" style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div dir="auto" style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Contudo, minha maior ressalva para <i>‘Maestro’</i> reside no fato de que o filme cai em uma contradição existencial quando deixa de mostrar a arte do personagem para mostrar como consegue, enquanto filme, ser artístico para retratá-lo. Não há muito espaço para o Bernstein metódico e efetivamente maestro, nem para uma exploração quanto ao desenvolvimento de sua técnica e suas inspirações mais profundas. Tudo é pincelado por alto e nunca aprofundado de modo a levar o público a compreender a figura do homem a quem o filme aparentemente se refere. Claro, existem algumas cenas - muito boas, por sinal - de condução do maestro com orquestras e coros, mas o filme se abstém de mostrar como Bernstein saiu de um homem comum para um ícone tão forte no ramo musical. Isso faz o filme parecer desinteressado em seu maior propósito. É como se Cooper pegasse uma cartilha de coisas premiáveis e fizesse um check-list para compor este novo filme - há quem discorde, mas se você olhar atentamente verá que tem tudo lá. Isso, todavia, não se torna propriamente um demérito ao filme, mas cria uma espécie de aura onde fica nítida a expectativa do realizador por alcançar um reconhecimento pelo que consegue fazer, mas o faz sem se preocupar com as motivações corretas.</span></div><div dir="auto" style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div dir="auto" style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Reforço que o filme é tecnicamente belíssimo, e já vislumbro algumas indicações ao Oscar e aos demais prêmios dessa temporada - mas é nos excessos da técnica que mora o componente que vem a desarmar uma parte significativa do projeto. Por vezes é uma beleza vazia, morna e inconsistente, que bem pouco comunica e não se preocupa em gerar vínculos com o lado de cá da tela. Uma pena, porque está tudo lá e acabou ficando elipsado com as passadas de ritmo que os realizadores decidiram empregar. Isso gera uma indefinição narrativa que, além de confundir, ainda gera fadiga e cansaço durante a exibição. Como bem pontuou Maria Catarina, do canal 16mm, </span><span style="background-color: white; font-size: small; text-align: left;"><span style="font-family: verdana;">“</span></span><i style="font-family: verdana;">‘Maestro’</i><span style="font-family: verdana;"> é uma cinebiografia que perde muito por se apoiar em uma história de amor e uma história de amor que perde muito por estar enquadrada em uma narrativa cinebiográfica”. Uma sentença perfeita para a oportunidade desperdiçada aqui. Mas apesar da inconsistência, ainda é um filme muito bem feito em suas minúcias e merece ser apreciado. Fica a torcida para que Cooper volte a acertar o fator emocional em um próximo projeto como acertou em seu filme anterior.</span></div><div dir="auto" style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div dir="auto" style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div dir="auto" style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div dir="auto" style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div dir="auto" style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9yqD0ha_Nw_c4xO97hUjcJle8wOAuEeYuSQ8fcWNC9sEvxzBwxRo-ARYpCOxiJxEDU1050-fMMLf8gqoPnTcYmJrWP-ASMSEOHRiVD4rMsuYjRSHLjnvMtHRZZ6XQCASCn7yw1FluUEoLo6-fARhxqOKcXWh_05l8nyKpAllUFiYEvdUo_YeJp1IYslaV/s1147/Picsart_23-06-27_00-49-31-273.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="373" data-original-width="1147" height="34" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9yqD0ha_Nw_c4xO97hUjcJle8wOAuEeYuSQ8fcWNC9sEvxzBwxRo-ARYpCOxiJxEDU1050-fMMLf8gqoPnTcYmJrWP-ASMSEOHRiVD4rMsuYjRSHLjnvMtHRZZ6XQCASCn7yw1FluUEoLo6-fARhxqOKcXWh_05l8nyKpAllUFiYEvdUo_YeJp1IYslaV/w104-h34/Picsart_23-06-27_00-49-31-273.png" width="104" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/1AYIC4e9lZg" width="650" youtube-src-id="1AYIC4e9lZg"></iframe></div><br /><span style="font-family: verdana;"><br /></span></div><div class="yj6qo"></div><div class="adL" dir="auto"><br style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;" /></div>papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-2951977229454613112023-12-22T01:21:00.004-03:002023-12-22T01:21:46.596-03:00'Aquaman 2: O Reino Perdido' : James Wan encerra uma era conturbada da DC com estilo e personalidade | 2023<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b>NOTA 8.0</b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #999999; font-family: verdana;"><i>Às vezes, não desistir é a coisa mais heroica que se pode fazer</i></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Vinícius Martins <a href="https://www.instagram.com/cinemarcante/" target="_blank">@cinemarcante </a></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O ano de 2023 impôs luz a uma saturação no cinema de super-heróis que há tempos vinha sendo discutida. Tirando os excelentes <i><a href="https://www.papodecinemateca.com.br/2023/05/guardioes-da-galaxia-vol-3-james-gunn.html?m=1" target="_blank">‘Guardiões da Galáxia - Volume 3’</a></i> e <a href="https://www.papodecinemateca.com.br/2023/06/homem-aranha-atraves-do-aranhaverso.html?m=1" target="_blank">‘Homem-Aranha Através do Aranhaverso’</a>, a outra meia dúzia de títulos foi decepcionante em crítica e bilheteria. Filmes genéricos e frustrantes como <a href="https://www.papodecinemateca.com.br/2023/08/besouro-azul-longa-transitorio-da-dc-se.html?m=1" target="_blank"><i>‘Besouro Azul’</i></a> e <i><a href="https://www.papodecinemateca.com.br/2023/06/the-flash-jornada-emocional-e-fan.html?m=1" target="_blank">‘Flash’ </a></i>reforçaram a crença do fim da era desse tipo de filmes crescer consideravelmente, levando os estúdios a correrem contra o tempo em busca de uma reinvenção que atraia o público de volta ao gênero. No caso da DC, muito do insucesso das produções de seu catálogo cai na conta do anúncio do fim do atual universo compartilhado, tornando assim irrelevantes os quatro títulos lançados em 2023. <i>‘Aquaman 2: O Reino Perdido’</i> é o último da safra do DCEU, antes da estreia do DCU que chegará em 2025 com<i> ‘Superman: Legacy’,</i> e, por isso, o prenúncio da descontinuidade dos filmes atuais acaba desmotivando o público de seguir acompanhando a saga já falida. Contudo, apesar de sofrer com a má reputação dos longas anteriores e ser o último suspiro de uma besta-fera dada como morta, o filme ainda consegue imprimir alguma dignidade ao personagem e cumpre seu papel conclusivo com graça e refinamento estético.</span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeHOoRhne2evO-s7mgK6YY4D3SnBWldW8RrbkAJ1jocS1u-9KUHlkyuIVpoF_PcA0uS20-MI9wRChORmit25dE3zWFzMX0dMts6umU8X63epEv5F8w09YjboiN-PF7FzuimpBx-9_Y9c1h1lJAguvSfQO2HyUSWr6dHd-oGcSymdAo1prXG9a0pdd_8r-F/s924/aquaman-2-foto1.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="520" data-original-width="924" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeHOoRhne2evO-s7mgK6YY4D3SnBWldW8RrbkAJ1jocS1u-9KUHlkyuIVpoF_PcA0uS20-MI9wRChORmit25dE3zWFzMX0dMts6umU8X63epEv5F8w09YjboiN-PF7FzuimpBx-9_Y9c1h1lJAguvSfQO2HyUSWr6dHd-oGcSymdAo1prXG9a0pdd_8r-F/s16000/aquaman-2-foto1.webp" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><p style="text-align: justify;">A proposta do diretor James Wan aqui é contar a história de Arthur sem o compromisso de ser parte de um universo compartilhado. Em 2018 já havia esse caráter mais “individual” em <a href="https://www.papodecinemateca.com.br/2018/12/pitaco-do-papo-aquaman-2018-critica-2.html?m=1" target="_blank">‘Aquaman’,</a> e isso torna mais cabível argumentar que esse traço não seja só uma consequência do fim do universo ao qual este novo filme pertence, mas sim uma conclusão planejada pelo realizador - que obviamente passou por algumas mudanças e adaptações devido ao novo contexto de não-futuro. Na verdade, conhecendo a assinatura de Wan e o domínio que ele exerce sobre as próprias obras, fica difícil acreditar que o estúdio tenha interferido tanto na base criativa do projeto; claro, as escolhas na esfera maior interferem na pressão da esfera menor, e o filme teve que se tornar o ponto final quando, na verdade, sua estrutura foi inicialmente planejada como uma mid-season. Por isso parece, de um jeito estranho, que faltou coragem para tomar algumas medidas drásticas como as vistas nos quadrinhos, que catapultam a jornada de Arthur para um outro nível; e a ausência desses elementos chocantes se dá para não deixar um gosto tão amargo na boca e uma atmosfera de inconclusão ainda maior ao já triste desfecho do universo iniciado dez anos atrás. Preferiu-se manter uma aura otimista e pacífica, mesmo embora muitos questionem o aparente pastiche que se sucedeu aqui.</p></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">A trama mescla elementos de ação, drama, comédia e aventura verniana para a construção da narrativa, mas seu trunfo está nas dinâmicas familiares - que são o que ‘<i>Velozes e Furiosos’ </i>fingem ser enquanto só se autoafirma uma saga sobre família. Uma surpresa aqui é o tempo de tela de Amber Heard após as polêmicas pessoais que dominaram a mídia em 2022, sobrepondo a “participação especial” que foi vendida nos últimos meses (e nos materiais promocionais, que não por Mera coincidência decidiram mantê-la escondida) e tornando sua personagem um deus ex machina sempre que pode. Sua presença é pontual, assim como as de Nicole Kidman e Temuera Morrison, pois o coração do filme e o fio condutor dessa vez residem na dinâmica de amor é ódio entre Jason Momoa e Patrick Wilson, com seus Aquaman e Olm, que implica um significado mais íntimo ao filme com traços de naturalidade fraterna perante o tempo de intervalo entre este e o antecessor. Com bons efeitos, 3D decente e o espírito de quem nasceu pra ser selvagem, o filme despede o DCEU com uma personalidade própria de “filme do Aquaman”, mas com uma qualidade maior no seu miolo do que se especulava nos bastidores.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Com um encaminhamento típico de histórias em quadrinhos, com um vilão todo arquétipo e alguns personagens estereotipados, não há espaço para grandes surpresas aqui. Contudo, o acréscimo que o filme dá à trajetória do Arthur Curry de Jason Momoa é divertido e muito bem-vindo. Momoa estava nitidamente se divertindo, e a alegria dele é contagiante graças ao grande carisma que ele consegue transmitir. Não é um filme para Oscar, é só um entretenimento casual desprovido de qualquer interesse em ser levado à sério, e gosto muito de dizer que não é só de filme-arte que o cinema vive.<i> ‘Aquaman 2: O Reino Perdido’ </i>é um escapismo agradável para o fim de ano e resgata muito da alma do primeiro filme. O resultado final é legal e me divertiu bastante, e sobre sua qualidade há quem concorde e há quem discorde, mas é da pluralidade de visões que o mundo funciona - e a mensagem final do filme, verbalizada quase que como essas palavras, é exatamente essa. Adeus, DCEU, foi bom ter te conhecido.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkix2bmRqzOg0k6lplR8A5M2hbEwkb2nkvPwrFSE2Kw-LLMxKGUMmM8wof69s2W8fCtHil6yejnyz7a_GI2R-9iukXYvoVUAouvKsdv2hbSf8YMsrJq-6XYR9jncY_HxAuTKmAsOu4GmBjdGZMQRnNbFC7_M0FxVrVBfoFEg4o_v7oNfGp-6fiyhA5dNRo/s1529/3.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="440" data-original-width="1529" height="37" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkix2bmRqzOg0k6lplR8A5M2hbEwkb2nkvPwrFSE2Kw-LLMxKGUMmM8wof69s2W8fCtHil6yejnyz7a_GI2R-9iukXYvoVUAouvKsdv2hbSf8YMsrJq-6XYR9jncY_HxAuTKmAsOu4GmBjdGZMQRnNbFC7_M0FxVrVBfoFEg4o_v7oNfGp-6fiyhA5dNRo/w128-h37/3.png" width="128" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/rPBjB65NV_c" width="650" youtube-src-id="rPBjB65NV_c"></iframe></div><br /><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p>papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-61109427217708737512023-12-21T00:57:00.000-03:002023-12-21T00:57:39.171-03:00'O Homem dos Sonhos': Nicolas Cage brilha em dramédia sobre sonhos e cultura do cancelamento | 2023<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b>NOTA 8.0</b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Marcello Azolino <a href="https://www.instagram.com/pilulasdecinema/" target="_blank">@pilulasdecinema</a> </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Existem duas categorias de atuações que o ator Nicolas Cage consegue acessar em sua carreira: seus papéis canastrões presentes na maioria das produções em que se envolve, bem como suas entregas absolutamente geniais como um ator de mão-cheia em obras como <i>'Adaptação'</i> (2002), <i>'Pig'</i> (2021) e a produção que lhe rendeu um Oscar de melhor ator, em 1996, por <i>'Despedida em Las Vegas'.</i></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPHyOrjh2K02L-3D5RsJBLgjaYeza2zEN-IOsP_gMIUwLL4bftxsiq0HLBsT7l1m3pBlzzO6IyKylQOp0IFzdaKyhTdD9VKVlR2yc88XVxhDuhighDPvUIPzDGkz9qvN_jpSQyvL0dWMw7xfFUtCcaSkRTHiXi7IaTuGcdEiO1B48gguvU_pKi6nOySmJK/s1300/dream-scenario.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="731" data-original-width="1300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPHyOrjh2K02L-3D5RsJBLgjaYeza2zEN-IOsP_gMIUwLL4bftxsiq0HLBsT7l1m3pBlzzO6IyKylQOp0IFzdaKyhTdD9VKVlR2yc88XVxhDuhighDPvUIPzDGkz9qvN_jpSQyvL0dWMw7xfFUtCcaSkRTHiXi7IaTuGcdEiO1B48gguvU_pKi6nOySmJK/s16000/dream-scenario.jpg" /></a></span></div><span style="font-family: verdana;"><p style="text-align: justify;">Desta vez, Cage acerta ao escolher embarcar em uma premissa absurda, mas definitivamente criativa. Nic Cage interpeta o professor de Biologia Paul Matthews, pai de família de classe media alta, com duas filhas jovens e uma mulher dedicada interpretada pela expressiva atriz Julianne Nicholson. No entanto, a situação da família começa a se desestabilizar quando Paul passa a sofrer um fenômeno inexplicável ao simplesmente invadir os sonhos de milhões de pessoas. Enquanto pessoas sonham ou têm pesadelos com situações aflitivas, Paul sempre aparece de forma casual e aleatoriamente nas historias. O que começa como um acontecimento bizarro, sai do controle quando ele passa a ser assediado por marcas como a Sprite (em um merchandising estrategicamente utilizado no enredo) que quer se vincular a influência dele de entrar na cabeça das pessoas involuntariamente para vender a bebida. Há ainda o peso de se tornar uma pessoa pública e ser assediado em todos os locais públicos em que se encontra .</p></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Até metade do filme, o diretor e roteirista noruegues Kristoffer Borgli reserva um tom dramático para a narrativa, porém sempre com situações e diálogos desconfortavelmente cômicos que levam a risadas involuntárias. A partir de um momento especifico em que a personagem de Cage muda de atitude nos sonhos e passa a atacar agressivamente as pessoas, ai a obra adota outro tom e mergulha no calvário da cultura do cancelamento. O mood perturbador com cenas violentas e a decadência pessoal que o professor Matthews passa a experenciar, tornam a atuação de Cage ainda mais complexa e cheia de camadas, fator que é potencializado pela maquiagem e prótese que o ator utiliza para deixar o professor asqueroso.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><i>'O Homem dos Sonhos'</i> flerta bastante com obras como <i>'Quero ser John Malkovich'</i> (1999) e o próprio<i> 'Adaptação'</i> estrelado por Cage, pois sabe se aproveitar de um fio narrativo nonsense para explorar situações cada vez mais criativas e absurdas com humor inteligente e rasteiro. Ao final amargo, ao som de <i>City of Dreams</i> dos Talking Heads, fica aquela sensação de termos assistido a uma pequena pérola com pinta de cult e com roteiro daqueles que você não vê usualmente serem produzidos. No caso, esse aqui é curiosamente produzido pelo polêmico Ari Aster, o diretor de <i>'Hereditario' </i>(2018) e <i> 'Midsommar'</i> (2019).</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3AQozWy4ysuhtJHjQqSTyv0kH7V0hOFQH3xprxHPgEadNM4MfvYz-QaA8rLzw_v81lTFvPA2zpGITCKn3-fIiNEj8TpjvCbJhAV_6rcEzrCyLzsOoz6q9E_rLjQ0owJvAGfb_59N5GH64LlLASBw1n3W9-i1bTQsLzUbczIp1YW9m47Xwhb_1Or3C9zKI/s1529/3.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="440" data-original-width="1529" height="36" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3AQozWy4ysuhtJHjQqSTyv0kH7V0hOFQH3xprxHPgEadNM4MfvYz-QaA8rLzw_v81lTFvPA2zpGITCKn3-fIiNEj8TpjvCbJhAV_6rcEzrCyLzsOoz6q9E_rLjQ0owJvAGfb_59N5GH64LlLASBw1n3W9-i1bTQsLzUbczIp1YW9m47Xwhb_1Or3C9zKI/w126-h36/3.png" width="126" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/xVebJdrDO_Y" width="650" youtube-src-id="xVebJdrDO_Y"></iframe></div><br /><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p>papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-55996247405760133452023-12-20T00:05:00.000-03:002023-12-20T00:05:15.086-03:00 'Propriedade' : thriller eletrizante explora a luta de classes em trama intensa e cheia de reviravoltas | 2023<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b>NOTA 7.0</b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Rafa Ferraz <a href="https://www.instagram.com/isso.nao.e.uma.critica/" target="_blank">@issonãoéumacrítica </a></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">A distribuição de filmes nacionais enfrenta desafios que não são de hoje, e embora medidas para mitigar esse problema estejam em discussão, uma estratégia promissora envolve a exibição dessas produções em festivais internacionais. Ao apresentar filmes brasileiros nesses eventos, busca-se não apenas ampliar sua visibilidade, mas também conferir-lhes credibilidade. Certamente, é paradoxal depender da validação estrangeira para valorizar aquilo que é intrinsecamente brasileiro, o que evidencia nosso histórico complexo de inferioridade. O filme "Propriedade", selecionado no Festival de Berlim 2023, exemplifica essa dualidade ao explorar uma temática universal com uma abordagem que ressoa profundamente com a brasilidade. Apesar de sua capacidade de dialogar com audiências globais, o filme mantém um olhar direto para nós, confrontando-nos com verdades difíceis de digerir.</span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWUfjvqLeJkq07P8pWlnqATm5jO-CvCrxD5LGCxP4mURbX1TV2PUngxlgFtX2eCzAyuoX6ZClEPvi6QRgKOswnuSLQXCKVMRt6SX30TBtU2T2X1N-R_UIHduL-IbRwr5vsBUUaOuhVxceeAn4kTgxiIhxb2FYRsCSWXVkOa7p263VTMtz_eJohpqN4hW3Z/s1100/foto_1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="1100" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWUfjvqLeJkq07P8pWlnqATm5jO-CvCrxD5LGCxP4mURbX1TV2PUngxlgFtX2eCzAyuoX6ZClEPvi6QRgKOswnuSLQXCKVMRt6SX30TBtU2T2X1N-R_UIHduL-IbRwr5vsBUUaOuhVxceeAn4kTgxiIhxb2FYRsCSWXVkOa7p263VTMtz_eJohpqN4hW3Z/s16000/foto_1.jpg" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><p style="text-align: justify;">Na trama, acompanhamos Roberto (Tavinho Teixeira) e sua esposa, Teresa (Malu Galli), que, buscando se recuperar de um episódio de violência urbana, decide passar um tempo em sua casa de campo no interior do estado. No entanto, ao chegarem lá, deparam-se com uma revolta em curso, desencadeada pelos funcionários após eles tomarem conhecimento da venda iminente da propriedade. Esta descoberta serve como catalisador para os trabalhadores, que se reúnem determinados a assegurar seus direitos. O que antes era um local de refúgio torna-se um campo de batalha, onde cada indivíduo é compelido a enfrentar os desafios e perigos que surgem, numa busca desesperada por preservar suas vidas e interesses em meio ao caos crescente.</p></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Sob a direção do pernambucano Daniel Bandeira, o filme apresenta uma interessante alternância de perspectivas. Inicialmente, somos imersos no pequeno núcleo familiar de Teresa, testemunhando seu estado recluso e profunda melancolia dentro de uma mansão à beira-mar. Em questão de minutos, a narrativa transita para a casa de campo, onde se desenrola o cerne da trama. Quando os protagonistas percebem algo errado, a perspectiva retrocede algumas horas, transportando-nos ao momento crucial em que um grupo de trabalhadores recebe a notícia que desencadeará a problemática da história. Esta alternância de pontos de vista se mantém até o fim, com a produção destacando-se ao estabelecer um passado para cada grupo sem recorrer a diálogos explicativos ou flashbacks. Tudo é muito bem contextualizado e as revelações são subentendidas por comportamento, pequenas cicatrizes ou traumas evidenciados na personalidade. No entanto, a inventividade ocasionalmente cede lugar a conveniências de roteiro, como objetos estratégicos aparecendo no lugar e na hora certa e uma sequência de acasos que, quando ocorrem ocasionalmente, fazem parte do jogo, mas em excesso pode sugerir falta de criatividade.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O ponto crucial talvez resida na abordagem da violência, sendo um divisor de águas no filme. Por um lado, a obra demonstra coragem ao retratar a revolta e suas reações de maneira visceral, porém, esse enfoque pode interferir negativamente em outros momentos em que o longa demanda uma visão empática para com os envolvidos, sejam eles vítimas ou algozes. A mensagem de Daniel Bandeira é clara, objetiva, mas a objetividade técnica, por mais aprimorada que seja, está sujeita a interpretações subjetivas que podem divergir no espectador. A clareza do propósito do filme perde sua potência se confundida com uma representação puramente sádica, comum em thrillers de terror. Embora pareça absurdo, essa confusão é uma possibilidade a ser considerada.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZkdAquHZxoHIEB8nSI24Yo1m6CRQqZiXWvq7ilkvknfBPO4lBhL5QyvndWOQSFH1gt7nImERXCL1RgcCOgvLg06nLjWjrborT7jD5vPuhvXcuAth3UKsoHezQbU_zS7k1PC3z33jn8H3SQmjEwkKMbhQLK6AgTWxf2mb7TiD6z_TyRQIh5ekIC_66_Asq/s1334/4.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="463" data-original-width="1334" height="40" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZkdAquHZxoHIEB8nSI24Yo1m6CRQqZiXWvq7ilkvknfBPO4lBhL5QyvndWOQSFH1gt7nImERXCL1RgcCOgvLg06nLjWjrborT7jD5vPuhvXcuAth3UKsoHezQbU_zS7k1PC3z33jn8H3SQmjEwkKMbhQLK6AgTWxf2mb7TiD6z_TyRQIh5ekIC_66_Asq/w115-h40/4.png" width="115" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/5rY49Qdiw_E" width="650" youtube-src-id="5rY49Qdiw_E"></iframe></div><br /><p style="text-align: justify;"><br /></p>papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-7217080011082671842023-12-19T00:20:00.002-03:002023-12-19T00:20:46.926-03:00'A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets' : animação esboça reflexo geracional que anseia por imediatismo | 2023<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b>NOTA 8.0</b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #999999; font-family: verdana;"><i>Esse aí não</i></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Vinícius Martins <a href="https://www.instagram.com/cinemarcante/" target="_blank">@cinemarcante </a></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Depois de quase duas décadas e meia, eis que uma sequência à tão adorada animação stop motion <i>‘A Fuga das Galinhas’</i> (2000), fruto da associação entre DreamWorks & Aardman, é finalmente lançada. Chegando direto à Netflix quase aos acréscimos de 2023, a produção mostra que ainda existe fôlego para a jornada das galinhas com dentes que tanto nos fizeram gargalhar na virada do milênio para promover debates sociais pertinentes para a atualidade. Pode-se dizer que <i>‘A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets’</i> é, acima de qualquer outra coisa, um filme sobre pais e filhos. Levanta-se nele um comentário curioso sobre o modo como ambas gerações enxergam uma a outra e o quão afetada e limitada fica a comunicação quando informações são omitidas sob o pretexto de poupar a prole de uma perpetuação das dores do passado. Desse modo, a dinâmica do filme se estabelece equilibrando os contrapontos de uma geração que quer dar o melhor para seus filhos sem expô-los aos riscos e problemas que tiveram que enfrentar, em contraste com a inquietude de uma geração que quer se provar e desbravar novos horizontes. E é nessa premissa que o filme mais acerta.</span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidCRJoNQ7jzUewfUgU2-JqmpLix16DcpmgGNY3fIMnjGpUtJNSi0xYOZA9S5wBm16wH1MUpg4wz9cQVNzeEQB1STHw2yY0I_PnrYPzEqiwl6iIYUdKRMbklFBgNYx4T03f4dY_CGxqYj6Kc8wrDQMbwi_QpvZm_SkTRYdZu75ZQiko82os0WMC3BpgRI3u/s1024/arte-blog-91-1024x576.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="576" data-original-width="1024" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidCRJoNQ7jzUewfUgU2-JqmpLix16DcpmgGNY3fIMnjGpUtJNSi0xYOZA9S5wBm16wH1MUpg4wz9cQVNzeEQB1STHw2yY0I_PnrYPzEqiwl6iIYUdKRMbklFBgNYx4T03f4dY_CGxqYj6Kc8wrDQMbwi_QpvZm_SkTRYdZu75ZQiko82os0WMC3BpgRI3u/s16000/arte-blog-91-1024x576.png" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><p style="text-align: justify;">O sábio aprende com os erros dos outros, como já dizia o provérbio popular. Há quem troque o termo “erros” por “dor”, e essa variação torna o ditado ainda mais apropriado para o caso da ansiedade latente experimentada pela juventude atual, que insiste em desdenhar das duras lições aprendidas na pele pelos seus progenitores e preferem arriscar fazer o que acham mais “divertido” sem se preocupar tanto com riscos e consequências. Parece um tema pesado para um filme infantil, correto? E é. Contudo, o ótimo trabalho do diretor Sam Fell sobre o roteiro de Karey Kirkpatrick e Rachel Tunnard traz uma abordagem tão caricata e cheia de camadas que o filme consegue contornar o drama de um enredo assim e termina por transformar algo tão denso em uma obra leve e divertida, que ainda assim surge carregada de simbologia e mensagens que, implicitamente, promovem uma reflexão sobre um conflito geracional contemporâneo.</p></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><i>“Um povo que não conhece sua história está fadado a repeti-la.”,</i> disse certa vez o filósofo irlandês Edmund Burke. A abordagem do filme à forma como os jovens caem nas armadilhas midiáticas é muito clara, evidenciando o desconhecimento à história das batalhas enfrentadas por seus pais e destacando o quão desprovidos de grandes malícias eles são. O imediatismo também é abordado com tom crítico, tanto na personagem Molly (filha de Ginger e Rocky) que almeja desbravar o mundo e não entende que ainda não está pronta, quanto na linha alimentícia habitualmente empregada no ramo de fast-foods, feita para pessoas que não querem esperar muito. Mas o mais legal nas lições do filme é que o mesmo imputa responsabilidade a quem sabe dos riscos em duas maneiras: de princípio tentando proteger seu núcleo menor, e posteriormente tomando uma consciência coletiva onde a classe é uma unidade a ser protegida. É como se esse novo filme deixasse um aviso para que os jovens escutem o que os mais velhos tem a dizer (e que os mais velhos digam!) e um incentivo para pesquisarem o passado, a fim de que, assim como o raciocínio de Burke, não caiam na armadilha de um retrocesso.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O novo filme, embora não possua a mesma potência criativa que seu predecessor, ainda consegue esbanjar genialidade e segue uma cadência natural para a jornada de seus personagens. É um longa objetivo e dinâmico, que usa uma metalinguagem muito eficiente para dizer, nas entrelinhas, aquilo que seu público alvo tanto precisa ouvir. O público original do filme de 2000 cresceu nesses vinte e três anos e hoje, em sua maioria, experimenta maternidade e paternidade de uma forma paralela ao que é vivido por Ginger e Rocky. Crescemos juntos com a animação, e a animação cresceu junto com a gente. É a vida imitando a arte e a arte imitando a vida, mesmo que através de ilustrações tão absurdas quanto galinhas que se rebelam contra as imposições do sistema para manter os seus queridos sob proteção. Fica a expectativa para que o terceiro não demore mais duas décadas para ser lançado.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPQ87C1TUiSYtT1xAfmNWYMyqQnaK5r534yqk1hF8rJpG4nX4R5-U2N7ib5IlKOjr0SiUZYvxEOv9ywXePjTRVL5Zz7iaYWRp-YfWjGkKmMDPsHvZxJferI1D0PUFHk6UnovFo3k8oTtB4sNMZw3qLAsNw0pLwR-lgjJWMJ73yZcrcPVGjPgpK9SIlrom9/s1529/3.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="440" data-original-width="1529" height="33" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPQ87C1TUiSYtT1xAfmNWYMyqQnaK5r534yqk1hF8rJpG4nX4R5-U2N7ib5IlKOjr0SiUZYvxEOv9ywXePjTRVL5Zz7iaYWRp-YfWjGkKmMDPsHvZxJferI1D0PUFHk6UnovFo3k8oTtB4sNMZw3qLAsNw0pLwR-lgjJWMJ73yZcrcPVGjPgpK9SIlrom9/w116-h33/3.png" width="116" /></a></div><p></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/oxYQb-WxPPk" width="650" youtube-src-id="oxYQb-WxPPk"></iframe></div><br /><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p>papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-47635835671431013862023-12-18T00:26:00.000-03:002023-12-18T00:26:58.686-03:00 'Godzilla Minus One' : produção japonesa mergulha na gênese do monstro e entrega impactante entrada na franquia | 2023<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b>NOTA 9.0 </b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Rafa Ferraz <a href="https://www.instagram.com/isso.nao.e.uma.critica/" target="_blank">@issonãoéumacrítica </a></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Em 1954, a Toho Film Company lançou o filme<i> "Gojira"</i>, inaugurando uma franquia que transcenderia o cinema para se tornar uma influência duradoura na cultura pop. De origem japonesa, a produção carrega simbolismos e anseios intrínsecos ao povo japonês daquela época. No entanto, em 1998, os EUA realizaram sua primeira incursão nesse universo. O resultado foi um filme distante do original, com a remoção de habilidades tradicionais do Godzilla e uma aparência pouco inspirada. A iniciativa foi um fracasso, e somente em 2014 os EUA retomaram a ideia, dando início ao “monsterverso”, um projeto ainda em curso que tem conquistado considerável apelo popular. Após a produção de um total de 32 filmes, incluindo o excelente <i>"Shin Godzilla"</i> de 2016, a Toho retoma sua criação, mergulhando na gênese do monstro e criando uma das melhores entradas na franquia. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Na trama, acompanhamos Shikishima (Ryunosuke Kamiki), um soldado kamikaze que, ao desertar de seu posto no campo de batalha, retorna à sua cidade tornando-se um pária na sociedade. Com a devastação causada pela guerra e a perda de seus pais, o destino o une a Noriko (Minami Hamabe), uma doce mulher responsável por cuidar de uma bebê órfão. À medida que tentam reconstruir suas vidas em meio às ruínas, um evento impactante desencadeia a ativação de uma bomba atômica, despertando uma poderosa criatura proveniente do oceano. Agora, essa ameaça colossal coloca o país à beira da aniquilação.</span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWDdcu7A-uNaD9bem3ATWD-BciPBWmKdTZsvOKcyEq82npJiZ2yIa289zZmeL2ZWZ9o88PH_le2HItsmKqITMr1kCB_vl9_Xkf3vZ5tU_SPLuXW8pSQj4ot9UWZdUb6s3kWFx1bvK6c6Qil71Ge9wCjYne9v4fNd4BfcA7Gcpz3VNP1PSyYYfpsC89NX-I/s1201/godzilla-minus-one-1.jpg.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="630" data-original-width="1201" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWDdcu7A-uNaD9bem3ATWD-BciPBWmKdTZsvOKcyEq82npJiZ2yIa289zZmeL2ZWZ9o88PH_le2HItsmKqITMr1kCB_vl9_Xkf3vZ5tU_SPLuXW8pSQj4ot9UWZdUb6s3kWFx1bvK6c6Qil71Ge9wCjYne9v4fNd4BfcA7Gcpz3VNP1PSyYYfpsC89NX-I/s16000/godzilla-minus-one-1.jpg.webp" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><p style="text-align: justify;">A fascinação aos filmes de monstros reside na representação da criatura como uma força de imensa imponência e terrível capacidade de destruição. Esta abordagem frequentemente desloca a atenção dos aspectos humanos, relegando-os a um papel secundário e, por vezes, tornando-os desinteressantes. Em <i>"Godzilla Minus One"</i>, isso ainda acontece, mas em menor grau quando comparada as suas variantes norte-americanas. Ao abraçar uma estrutura clássica de melodrama, "Godzilla Minus One" conduz a trama principal por um caminho direto, fazendo uso de arquétipos facilmente reconhecíveis e, dessa forma, traçando um percurso eficaz que estabelece uma conexão imediata com o público. O protagonista, Shikishima, desempenha o papel do típico herói em busca de redenção, cercado pelo corajoso questionador, Yoji (Kuranosuke Sasaki), e pelo cientista Kenji Noda (Hidetaka Yoshioka). A presença dessas figuras arquetípicas, embora familiares no cenário cinematográfico e literário, não denota uma abordagem preguiçosa; ao contrário, revela-se uma astuta maneira de direcionar a narrativa diretamente para o cerne do que realmente importa </p></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">As sequências com o Godzilla são notáveis, destacando-se pela cinematografia cuidadosa e um design gráfico que preserva a essência original do monstro, enquanto adiciona camadas e texturas que conferem um senso assustador de realidade. A imponência, o poder de destruição e a noção da magnitude dessa capacidade são tangíveis, não apenas visualmente, mas também através dos sons emitidos pela criatura. Mesmo antes da demonstração completa de seus poderes, a potência com que emerge dos mares já antecipa o que está por vir. No terço final, o filme introduz um elemento de cunho ideológico que destoa do cânone estabelecido até então. No entanto, essa divergência não se configura como um defeito, uma vez que quase sete décadas de transformação levaram a percepções e formações de mundo muito distintas. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Godzilla, como a personificação do medo das armas nucleares, transcende o simples monstro cinematográfico. Originado por uma explosão nuclear, sua magnitude, força avassaladora e capacidade de causar terror e destruição evocam vividamente a angústia das bombas atômicas que assolaram um Japão já devastado após anos de guerra, deixando sequelas que ecoam até os dias atuais, marcando a pele e a alma daquele povo. Em <i>"Godzilla Minus One"</i>, testemunhamos a capacidade única do cinema de massa em oferecer substância e densidade, enquanto simultaneamente proporciona um espetáculo visual de tirar o fôlego. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjWJ3tp3zZavn-ZyrjOW2H2kcOs14LP9RMGXFJBjswhQVEceOK9W18idvLp73_Cx06WlcbbUOqHmC0blYTso9BZGwmzLqADZlpz2BIPvcxITr8yHOmaahsbwl-tgsxyljtQlMY3KWJo1ViLu1cc0dKxL9XDLNG3-dftlbrKan0XWL632Hg7OMd9Z2Mj-IQ/s1716/2.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="432" data-original-width="1716" height="36" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjWJ3tp3zZavn-ZyrjOW2H2kcOs14LP9RMGXFJBjswhQVEceOK9W18idvLp73_Cx06WlcbbUOqHmC0blYTso9BZGwmzLqADZlpz2BIPvcxITr8yHOmaahsbwl-tgsxyljtQlMY3KWJo1ViLu1cc0dKxL9XDLNG3-dftlbrKan0XWL632Hg7OMd9Z2Mj-IQ/w141-h36/2.png" width="141" /></a></div><p></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/1H1ptTJBGNA" width="650" youtube-src-id="1H1ptTJBGNA"></iframe></div><br /><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p>papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-59949589281100553872023-12-16T10:59:00.003-03:002023-12-16T10:59:36.694-03:00'Três Tigres Tristes' : alegórico e extravagante, novo filme de Gustavo Vinagre faz do discurso sua razão de ser | 2023<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b>NOTA 5.0</b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #cccccc; font-family: verdana;"><i>Tarde demais, mamãe </i></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Vinícius Martins <a href="https://www.instagram.com/cinemarcante/">@cinemarcante </a></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Existe um momento muito frustrante quando se está acompanhando um filme, que é aquele em que você, enquanto público, percebe que o que está assistindo está descaradamente tentando te induzir a sentir algo. Claro, cinema é um jogo de emoções, mas quando falta sutileza na abordagem e na manipulação emocional daquilo que está sendo proposto o resultado acaba sendo uma desconexão inevitável entre os espectadores e a obra. Embora esse não seja o caso de <i>‘Três Tigres Tristes’,</i> há de se assumir que existe um caráter similar no que diz respeito à mensagem que o filme insiste em passar. De forma objetiva, o problema não está na mensagem, mas sim na forma como ela tenta ser transmitida.</span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVzi9P7GMLQH-9OozkE8KN9TRT0caSgNCU08DFpKHgbB7rxk6Gmkh9WSCBKMES_z9vFoxrTTWG4GHBSYVFt4YZQDonnZjmNSwZJ9izTYBbyN1t6aUtH7m5F69JnK9l9czIar8RsUrZsFbocsWMVBSFVXU601CJa9558bHXUES43Rts_CPlF9MGutbGQgOZ/s686/tres-tigres-tristes.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="386" data-original-width="686" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVzi9P7GMLQH-9OozkE8KN9TRT0caSgNCU08DFpKHgbB7rxk6Gmkh9WSCBKMES_z9vFoxrTTWG4GHBSYVFt4YZQDonnZjmNSwZJ9izTYBbyN1t6aUtH7m5F69JnK9l9czIar8RsUrZsFbocsWMVBSFVXU601CJa9558bHXUES43Rts_CPlF9MGutbGQgOZ/s16000/tres-tigres-tristes.webp" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><p style="text-align: justify;">Traçando um paralelo com o cinema cristão/evangélico, uma problemática que em muito me incomoda é a falta de tato naquilo que o filme quer comunicar. No caso dos filmes cristãos, existe uma maioria esmagadora de obras que querem enfiar ideologias goela abaixo nos espectadores enquanto tratam essas ideologias como verdades absolutas, como se dissessem<i> “olhe só, é isso aqui que acontece, é assim que funciona, seu pensamento está errado e você deve parar de pensar o contrário do que falamos aqui”.</i> Isso foi o que me pareceu acontecer, de forma equivalente, com <i>‘Três Tigres Tristes'. </i>O filme se dedica, em boa parte de sua exibição, a ser uma manifestação artística e empoderada, destacando pautas de diversidade de gênero e propondo uma normalização e quebra de preconceitos quanto aos portadores do HIV. Falta, no entanto, sutileza para que essas mensagens (cuja importância é grande e não ouso questionar tais méritos) sejam passadas sem cair em um abismo didático, e o que se vestia inicialmente como arte vai se mostrando aos poucos mais como uma panfletagem ideológica do que como narrativa elaborada. É como se o filme estivesse ali pelo discurso, e não o discurso em favor do filme como ferramenta de desenvolvimento textual.</p></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Personagens aleatórios entram e saem de cena sem nenhuma relevância narrativa, a problemática dos tais três tigres é pobre e as performances musicais, embora boas, acabam prejudicadas por uma condução que abdica de qualquer impressão íntima quanto aos toques e emoções que quem está em cena procura transmitir. Desse modo, assistir <i>‘Três Tigres Tristes’ </i>é uma experiência crua, e acredito que seja propositalmente assim. Contudo, nem tudo que é proposital funciona de acordo com as intenções de quem idealizou o projeto, e muitas vezes o tiro sai pela culatra. Devo dizer, com alguma infelicidade, que é o caso deste média-metragem aqui. O filme não conseguiu me tornar íntimo de nenhum dos seus protagonistas ou coadjuvantes, e isso não é culpa da realidade diferente que vivo cotidianamente (em minha defesa alego que consegui me importar, em contrapartida, com os problemas vividos pelos protagonistas de <i>‘Quem Quer Ser um Milionário?’</i>, de 2008, e de<i> ‘Moonlight’,</i> de 2016, cujas culturas e visões de mundo tão distintas conseguiram me acolher com uma narrativa equilibrada e coesa), e sim dos indivíduos que encabeçaram a produção. É uma obra que tinha potencial de dialogar com todos, mas escolheu um nicho bem específico para acariciar e, com isso, deixou de ser tão grande quanto poderia ser se tivesse focado mais na própria estrutura do que na mensagem que tanto ansiava propagar.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Existe, apesar dos pesares, um certo charme no humor de absurdos e extravagâncias que o diretor imprime, mas mesmo esse bom traço do filme parece só uma alegoria para a grande alegoria que o filme é. O saldo final não empolga, nem emociona, nem cativa. Todavia, minha maior frustração reside no fato de o filme ter me servido respostas prontas ao invés de me instigar com perguntas para que eu, sozinho, alcançasse essas mesma respostas. É como se a obra não abrisse espaço para diálogo ou debate, e apresentasse algo definitivo - e se algo é definitivo, então não adianta questionar. Se não há espaço para debate, então questiono: como existirá espaço para a pluralidade? Essa resposta, a mais importante, o filme não se preocupou em dar.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJB7qze42MeTpKXN-AMxP1NJrP17sTACQu8thLo7r1G97Um8x2VarrEvu6paUWJDzHELLrYuZ7KkyazYhuvw6q0fDQPR5PPjP307pPsGOahjqBJIKFT_BEq8x8cWTFlJKFRERUNpGT7_uhGXkVvNsnpRWQaMk7m6THYu3bRAo83_WpLQvON9XEAHx2ifs0/s955/Picsart_23-06-27_00-50-08-724.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="493" data-original-width="955" height="43" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJB7qze42MeTpKXN-AMxP1NJrP17sTACQu8thLo7r1G97Um8x2VarrEvu6paUWJDzHELLrYuZ7KkyazYhuvw6q0fDQPR5PPjP307pPsGOahjqBJIKFT_BEq8x8cWTFlJKFRERUNpGT7_uhGXkVvNsnpRWQaMk7m6THYu3bRAo83_WpLQvON9XEAHx2ifs0/w82-h43/Picsart_23-06-27_00-50-08-724.png" width="82" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/geWKIvGsPbY" width="650" youtube-src-id="geWKIvGsPbY"></iframe></div><p></p><br />papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-39618568034121768332023-12-15T00:05:00.001-03:002023-12-15T00:10:44.727-03:00'Uma Carta para Papai Noel' : longa encanta com história lúdica de um Papai Noel aventureiro | 2023<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b>NOTA 7.0</b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Karina Massud <a href="https://www.instagram.com/cinemassud/" target="_blank">@cinemassud</a></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O Papai Noel está chateado e em crise: t</span><span style="font-family: verdana;">irando a época de Natal, nos demais meses do ano ninguém parece se importar com ele, ninguém manda cartinhas ou pergunta se ele está bem, se gosta de lasanha, se solta pum ou qualquer outra coisa - Papai Noel também é gente, com anseios e carências. E por isso esse pode ser o último Natal que ele vai trabalhar, ele está decidido a se aposentar e sumir do mapa, assim como o verdadeiro espírito natalino, pois hoje as crianças só se importam com os presentes e nada mais. Só que uma luz se acende e ele muda de ideia depois de receber uma carta do órfão de oito anos Jonas. Tocado pelo interesse genuíno do menino, o Papai Noel se disfarça de Leon, o faz-tudo, e parte numa aventura para descobrir onde estão os presentes nunca recebidos pelas crianças da casa de acolhimento.</span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmBjw7SuJvhYYrNsbUxCR3uSZb0_MoMrDi9klhYeS4SZ1DD6RHVGVqH3TtysSx29b3o1dRT9z6ye5EhOG-6X9iLE8wLDqZBTwso2sJ8xLJZVybd9woM1YmuH6IS2Dywsb2ufXaC_ZZUGtO3pQcZTw4Ije1fncLNHZhwRdV53df_b6yzLeJHeyyhhO2rLNC/s750/UMA+CARTA+PARA+PAPAI+NOEL_24.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="406" data-original-width="750" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmBjw7SuJvhYYrNsbUxCR3uSZb0_MoMrDi9klhYeS4SZ1DD6RHVGVqH3TtysSx29b3o1dRT9z6ye5EhOG-6X9iLE8wLDqZBTwso2sJ8xLJZVybd9woM1YmuH6IS2Dywsb2ufXaC_ZZUGtO3pQcZTw4Ije1fncLNHZhwRdV53df_b6yzLeJHeyyhhO2rLNC/s16000/UMA+CARTA+PARA+PAPAI+NOEL_24.jpg" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><p style="text-align: justify;">O roteiro coescrito pelo diretor Gustav Spolidoro e por Gibran Dipp mergulha nessa história simples mas comovente com uma linguagem voltada para o público infantil e que coloca em pauta a amizade e a empatia, valores eternos e importantes pra qualquer pessoa. Amiga, a cachorrinha do Jonas, é o esteio emocional pra ele e para os órfãos carentes de apoio e de afeto, pois no dia a dia eles são constantemente maltratados pela administradora do orfanato. Eles pensam que nunca receberam presentes do Papai Noel porque não se comportaram direito, e que ninguém vai os adotar porque são crianças más, em cenas de partir o coração. Com a visita do Bom Velhinho disfarçado eles começam a quebrar essas crenças errôneas que sempre pautaram suas vidas.</p></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O ótimo elenco garante o brilho do roteiro. Totia Meireles vive uma Mamãe Noel contemporânea irresistível, foi-se o tempo em que ela tinha o cabelo grisalho e passava o tempo tricotando na cadeira de balanço, ela agora é uma mulher informatizada, que com a tecnologia ajuda o parceiro a realizar seu trabalho com mais agilidade, unindo a tradição com a vida moderna. O ator mirim Caetano Rostro Gomes interpreta o Jonas com o talento de um veterano, sua melancolia diante do suposto esquecimento do Papai Noel e a alegria com que decide dar a volta por cima são tocantes. Polly Marinho é a fofa ajudante do casal Noel, ela tem ótimos momentos cômicos com suas trapalhadas e entoando canções para ilustrar as cenas. E por fim temos o grande José Rubens Chachá, que desmistifica e vive o Papai Noel com uma humanidade rara, com sentimentos que qualquer pobre mortal tem na vida, a desilusão o domina quando ele se sente jogado pra escanteio depois do Natal. Ele carrega os elementos clássicos como a barba branca, as bochechas rosadas, a barriga e o <i>ho-ho-ho</i>, mas também age como um super-herói moderno ao decidir espantar a depressão e ir ajudar Jonas e seus amigos órfãos.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><i>“Uma Carta para Papai Noel” </i>é uma história contada de forma divertida apesar dos dramas mostrados, como se fosse um álbum de colagens com cenários bem coloridos e bons efeitos visuais. As boas sequências musicais e de animação, inseridas na trama junto da edição ágil, garantem o tom de magia a essa aventura natalina moderna.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizXz0PRalGrcfHZ-01MGgMI0BgJZ1rRy8x6NAX8Wa1tbgBZpNNPm1EQQeB0rHrnjxZOq18zVOa8uPlnMwfGhmvffN5906Xr-eSNRXthVHhgn_Xc4d5HLDQElUq-0wvhEIFOlQM3pLgQgu_vSmw5VB0bASNY4KDfqkaHAH0oyr7BnGyPgbACBIknRJ9G0M0/s1334/4.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="463" data-original-width="1334" height="41" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizXz0PRalGrcfHZ-01MGgMI0BgJZ1rRy8x6NAX8Wa1tbgBZpNNPm1EQQeB0rHrnjxZOq18zVOa8uPlnMwfGhmvffN5906Xr-eSNRXthVHhgn_Xc4d5HLDQElUq-0wvhEIFOlQM3pLgQgu_vSmw5VB0bASNY4KDfqkaHAH0oyr7BnGyPgbACBIknRJ9G0M0/w119-h41/4.png" width="119" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/5NPMUtM5hVA" width="650" youtube-src-id="5NPMUtM5hVA"></iframe></div><br /><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p>papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-82230580484969726302023-12-14T00:33:00.002-03:002023-12-14T15:28:07.753-03:00'A Linha' : estridências familiares em longa francês que fica no limiar entre o melodrama e o cômico | 2023<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b>NOTA 4.0</b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Alan Ferreira <a href="https://www.instagram.com/depoisdaquelefilme/" target="_blank">@depoisdaquelefilme</a></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><i>“A Linha”</i> se inicia com um contraditório balé. Aproveitando a ligação da família de protagonistas (formada por quatro mulheres) com a música, a diretora Ursula Meier utiliza o recurso da câmera lenta para ironizar a violência dos movimentos de uma briga entre mãe e filha. Após essa lamentável dança, o espectador é convidado a tentar entender as razões e os desdobramentos da desavença que culminou numa drástica decisão judicial: Margaret deverá se manter afastada, durante o período de três meses, a uma distância mínima de cem metros da casa de sua progenitora.</span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdqu3YMx4HKQRNDLVIzgwQ3dUhSxj1DPgpHR1P0fgFIJFFYznvm_29TYFhX2LSsoQCv8HQttGWQvZI1uvBRhwCYM9S7rzHZxQGLtr0YJvJ0vadibKB_PJ1uDOWQ4-rhnDFoFPbnmG32E6bNhHRcxr20w6vhM-TODOxfojMoTI8OXwTQUFMWF81IvzxZeIV/s1024/a-linha1-1024x576.jpg.webp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="576" data-original-width="1024" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdqu3YMx4HKQRNDLVIzgwQ3dUhSxj1DPgpHR1P0fgFIJFFYznvm_29TYFhX2LSsoQCv8HQttGWQvZI1uvBRhwCYM9S7rzHZxQGLtr0YJvJ0vadibKB_PJ1uDOWQ4-rhnDFoFPbnmG32E6bNhHRcxr20w6vhM-TODOxfojMoTI8OXwTQUFMWF81IvzxZeIV/s16000/a-linha1-1024x576.jpg.webp" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><p style="text-align: justify;">Já com um histórico de situações em que seu comportamento agressivo veio à tona, a personagem vivida por Stephanie Blanchot busca, a seu modo, uma reaproximação. Contudo, devido aos traumas deixados na família, a pequena Marion decide lembrá-la visualmente dos limites impostos pela Justiça, pintando literalmente a tal linha do título nas cercanias da casa. A partir da tentativa de controlar seus impulsos e respeitar a fronteira criada pela irmã mais nova para demarcar barreiras emocionais, Margaret fará o possível no intuito de se reconectar com todos aqueles que, de algum modo, sofreram com seus atos.</p></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O grande problema dessa produção francesa reside na dificuldade flagrante que a cineasta possui de encontrar o tom certo para a história que pretende contar. Enquanto algumas situações beiram o absurdo e claramente foram pensadas para gerar humor, as escolhas da direção e a chave de interpretação em que as atrizes principais se encontram, bastante inclinadas para o melodrama, geram uma incompatibilidade que atrapalha o curso da narrativa. Além disso, é notória a falta de aprofundamento psicológico nas questões que unem e separam as integrantes daquela família para além da música. Enquanto Margaret é brigona porque sim, a mãe Christina (Valeria Bruni Tedeschi) passa quase toda a projeção como uma artista sem noção em que a mágoa jamais se mostra de forma convincente. A única cuja trajetória se estabelece de modo minimamente razoável ao longo da trama é a da já referida irmã caçula interpretada por uma promissora Elli Spagnolo, sobrando para as demais figuras femininas uma ingrata sobreposição de cenas de gritaria e empurrões.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Sem saber lidar com o nonsense e fazendo dele apenas inconsistência, Ursula Meier não consegue cruzar com eficiência os limites dos modelos narrativos com os quais almeja diálogo. Assim, o que poderia ser um belo drama familiar com doses de comicidade protagonizado por mulheres, resume-se a um amontoado de atritos marcados por um comportamento histriônico, a tal ponto de fazer com que este humilde crítico desejasse, a certa altura, sofrer momentaneamente da mesma limitação auditiva que acomete uma das personagens centrais. Definitivamente, os muitos embates travados aos berros em <i>“A Linha”</i> não são música para os nossos ouvidos. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvt35-FwB_bXBYtua7fUxWAA1rGxP30_Adasb8f3C0GQ25eg1kYrAzU_tYF9MpKCcHGGRagHlFcu3jZ4YvZg-fbsDOEvK77lYHmwYNPaU1cbLlmdGf1aY0b039DsyeryrgFAYlbSvXcIeKrrbnkED7G9U5b6OYbYktpyzjEnV47gCWykMVc0QQ2szWl0tI/s777/Picsart_23-06-27_00-50-34-861.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="365" data-original-width="777" height="34" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvt35-FwB_bXBYtua7fUxWAA1rGxP30_Adasb8f3C0GQ25eg1kYrAzU_tYF9MpKCcHGGRagHlFcu3jZ4YvZg-fbsDOEvK77lYHmwYNPaU1cbLlmdGf1aY0b039DsyeryrgFAYlbSvXcIeKrrbnkED7G9U5b6OYbYktpyzjEnV47gCWykMVc0QQ2szWl0tI/w72-h34/Picsart_23-06-27_00-50-34-861.png" width="72" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/XkeUQvUqJPE" width="650" youtube-src-id="XkeUQvUqJPE"></iframe></div><br /><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p>papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-31120287083837252822023-12-13T00:32:00.003-03:002023-12-13T00:32:39.783-03:00 'Feriado Sangrento' : de volta às origens, Eli Roth serve um tradicional banquete regado a sangue e vísceras | 2023<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b>NOTA 7.0</b> </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Rafa Ferraz <a href="https://www.instagram.com/isso.nao.e.uma.critica/" target="_blank">@issonãoéumacrítica </a></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">No contexto do capitalismo, tudo é mercadoria e só o lucro é sagrado. Isso posto, os feriados representam grandes oportunidades para ações temáticas, tanto no âmbito comercial quanto artístico. Embora os filmes natalinos se destaquem como os mais populares, tornando-se quase uma tradição dada à abundância de lançamentos, há um feriado menos globalmente reconhecido que mobiliza intensamente as pessoas nos EUA: o Dia de Ação de Graças. Apesar de sua grande importância no país, o feriado não está isento de controvérsias, pois, enquanto para alguns representa um momento de confraternização, para outros, é uma lembrança amarga do genocídio de nativos americanos, uma narrativa que remonta ao século XVIII e persiste ao longo de gerações.<i> “Feriado Sangrento”</i> se aproveita de todos esses aspectos e nos oferece um verdadeiro banquete sanguinolento rico em vísceras e muito gore.</span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiweYUyZy_doYwT6zocrfrvw75XdCiw10MnMhS6rBv90z5jmC5ZjHFBmMMg0FvzW6KIY7KJXj9yRqUVe59LAFxH2AX174_bmezPz-hiQKFB0cgp6JgtB0W-ZRXFUL_yoip1KetzigS93GZBbMPdy1iITObDXv1XbKrZj1OLSg_InaAAws3F8sSxrmUe2MZN/s800/feriado-sangrento-ganha-sequencia-antes-mesmo-da-estreia-no-brasil_widelg.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiweYUyZy_doYwT6zocrfrvw75XdCiw10MnMhS6rBv90z5jmC5ZjHFBmMMg0FvzW6KIY7KJXj9yRqUVe59LAFxH2AX174_bmezPz-hiQKFB0cgp6JgtB0W-ZRXFUL_yoip1KetzigS93GZBbMPdy1iITObDXv1XbKrZj1OLSg_InaAAws3F8sSxrmUe2MZN/s16000/feriado-sangrento-ganha-sequencia-antes-mesmo-da-estreia-no-brasil_widelg.jpg" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><p style="text-align: justify;">Em Plymouth, Massachusetts, berço do Dia de Ação de Graças, a tradição do feriado cede espaço para a frenética "Black Friday". Mesmo ocorrendo oficialmente na sexta-feira, um dia após o feriado, o consumismo desenfreado antecipou a tradição das compras, e consequentemente, o caos. Uma multidão tomada por um êxtase coletivo invade uma loja de departamento, resultando em tragédia com diversos mortos. Um ano depois, um misterioso mascarado, movido por vingança, emerge das sombras para perseguir aqueles que ele julga serem os responsáveis.</p></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Eli Roth, renomado pelo impacto de seu primeiro filme, <i>"O Albergue",</i> que, ao lado de <i>"Jogos Mortais"</i>, pavimentou o caminho para o cinema extremo em Hollywood, agora apresenta seu mais recente projeto e sem reinventar a roda nem subverter tendências, mergulha nas raízes do Slasher. O enredo introduz um mistério em torno da identidade do assassino, cujas vítimas são adolescentes com carisma equivalente ao de uma porta de geladeira. Sem rodeios, a perseguição deixa rastros e proporciona alguns sustos. As mortes, em sua maioria, são inventivas, variando entre sádicas e objetivas, com pouco espaço para coreografias, embora o exagero permeie todas as cenas. Os méritos de <i>"Feriado Sangrento"</i> são ampliados pelos efeitos práticos de qualidade e pela excelente caracterização do assassino. Infelizmente, essa lista não se estende ao elenco, em sua maioria composto por adultos disfarçados de adolescentes com performances que deixam a desejar ao ponto de nos fazer torcer pelo assassino.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Em 2007, o lançamento de <i>"Planeta Terror"</i> e <i>"À Prova de Morte"</i>, de Robert Rodriguez e Quentin Tarantino, introduziu uma série de trailers falsos de outros diretores, incluindo <i>"Feriado Sangrento". </i>Dezesseis anos depois, a brincadeira se tornou realidade com Roth, amigo de longa data de Tarantino, à frente do projeto. <i>“Feriado Sanguento” </i>mesmo sem inovações, cativa e mantém a adrenalina pulsante, oferecendo uma experiência intensa de mistério e suspense enquanto explora os extremos do consumismo.</span></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbxsbUnfxoinJqbtVfdCfIwSwYAUdMLSf9J_EdELK0jhSsGbpoHu3bk01pGQqQYESIvWPSjyO_iP9Lc95BS1rYTQiu1ereAPXCiQa1FinEZ7kYg2t1IvuC36wPi5p_tO2UTw8UO860OlyUHIyU5fuTExIMt2llInE8080zxT4VVlQ4O1_l6hC3RAGYdiUI/s1334/4.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="463" data-original-width="1334" height="39" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbxsbUnfxoinJqbtVfdCfIwSwYAUdMLSf9J_EdELK0jhSsGbpoHu3bk01pGQqQYESIvWPSjyO_iP9Lc95BS1rYTQiu1ereAPXCiQa1FinEZ7kYg2t1IvuC36wPi5p_tO2UTw8UO860OlyUHIyU5fuTExIMt2llInE8080zxT4VVlQ4O1_l6hC3RAGYdiUI/w112-h39/4.png" width="112" /></a></div><p></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/WtjfEO11Lqg" width="650" youtube-src-id="WtjfEO11Lqg"></iframe></div><br /><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p>papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-26400181329187434672023-12-12T00:07:00.001-03:002023-12-12T00:08:42.976-03:00'O Mundo Depois de Nós' : thriller da Netflix ilustra a dependência tecnológica como mal necessário | 2023<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b>NOTA 6.0</b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Maurício Stertz <a href="https://www.instagram.com/outrocinefilo/" target="_blank">@outrocinéfilo </a></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Dizem as más línguas que uma próxima extinção em massa, comparáveis a era glacial ou vulcânica, seria por consequência direta da tecnologia. Parece até mesmo mais um destes pessimismos modernos e apocalípticos que são espalhados por aí, mas a configuração da vida humana totalmente dependente da tecnologia, não permite espaços para que erros aconteçam nesse caminho. Essa autodepreciação parece cada vez mais real. No dia a dia, não é apenas uma dependência mesquinha de uma rede social, mas a sujeição tecnológica que, a esta altura, nos envolve até o pescoço, como em areia movediça, em todos os aspectos da vida. O risco está aqui, não apenas em inteligências artificiais vingativas a lá James Cameron. Um simples passo em falso e poderíamos voltar ao breu absoluto das cavernas rapidamente. Pensando nisso, o autor Rumaan Alam escreveu seu livro homônimo que serve de base para este thriller. </span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtRFn-sWqWqtDTUIJXHPglWLCvLynxtpB2za6Z1zYsWWXBkwqsjCDO8-omwRtX5vlySu8VeoLWyx6PH6LIUyVNZtFAChyphenhyphen6ktMAmt-I9kIMjQd28VObldjo7r92D1ANQ09QjNNNw3iFuj1LkbGjR1dBbDMa9hTxRGBkmlRRdAY32frPQhQv9XiTumdnf0pN/s912/23_10_24_112839-912x569.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="569" data-original-width="912" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtRFn-sWqWqtDTUIJXHPglWLCvLynxtpB2za6Z1zYsWWXBkwqsjCDO8-omwRtX5vlySu8VeoLWyx6PH6LIUyVNZtFAChyphenhyphen6ktMAmt-I9kIMjQd28VObldjo7r92D1ANQ09QjNNNw3iFuj1LkbGjR1dBbDMa9hTxRGBkmlRRdAY32frPQhQv9XiTumdnf0pN/s16000/23_10_24_112839-912x569.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; text-align: left;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: verdana; text-align: left;">Protagonizando esse experimento social, uma família americana decide por sair de férias a uma casa de campo que haviam alugado. Durante a ida, tudo aparenta perfeita normalidade. Aos poucos tudo aquilo que é tecnológico, perde sua principal função: os telefones já não funcionam mais, a internet não tem mais sinal e até mesmo um navio se perde em sua escala logística. Em meio a este tempo de escuridão fenícia, dois estranhos aparecem na porta em busca de abrigo, dizendo ser os donos da casa.</span></div><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Com grande elenco, formado principalmente por Julia Roberts, Mahersala Ali e Ethan Hawke, à primeira vista a estética empregada por Sam Esmail relembra grandes nomes do gênero, como Jordan Peele e Shayamalan. Com a utilização de muitas tomadas aéreas, drones e movimentações “esquisitas” de câmera (de lado ou ponta cabeça), como havia feito na excelente <i>'Homecoming'</i>, com Julia Roberts na primeira temporada, extrai uma sensação de observar seu próprio filme, com a lente se esgueirando por todos os lados a fim de não ser notada em nenhum momento pelos personagens e permitindo aproximar-se apenas quando um close for necessário. Abre-se espaços para que a trama possa ser desenvolvida com todas as suas camadas de tensão.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Ao posicionar os personagens ao centro, sem saberem sequer o que está acontecendo, a descoberta é feita em conjunto (nós com eles). A natureza humana aflora em cada um e essa microssociedade tende a se reorganizar rapidamente. Essa é a fórmula certeira para rechear o clima em tensão, enquanto as pistas aparecem. Pois sem saber o que realmente está acontecendo, a ameaça aparenta ser ainda pior, as teorias conspiratórias explodem e a urgência pela descoberta, geralmente ao fim, é o que mantém o engajamento durante toda a duração – a propósito, são quase duas horas e meia. Por se tratar de um olhar crítico à sociedade, há espaço para suas disfuncionalidades, principalmente na dependência cibernética, mas também no racismo estrutural evidente, nas carências humanas, representada cada um com seus arcos de personagens completos e na procura por recomeços.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por ser longo em duração, a preocupação com as consequências aos personagens baixa como poeira, enquanto a curiosidade pelos “porquês” num ato final maquiavélico cresce ainda mais. O problema é que não há! Este é apenas um recorte de tempo. Existe o antes e existirá o depois, quando os créditos aparecem. Seria imediatismo de minha <i>geração internética</i> achar que todos os ciclos do filme devessem ser encerrados ali. Até que ao final, totalmente aberto, pudesse parecer que a falta de sinal também havia me atingido e na escuridão abrupta me vi tateando por explicações.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4GMNA48MnzpBlpO8gXlWuCHPpoSsVjre6kMKmG_Bjy17clFq14A4m00OhhNetaqoMu-6fJe1_I8HTG8YM6wppcWhvuQJ84P0nCt6vKvtBYXiy8ExKQzRLvMiAYciWCAeiXZZI7YJSFUZ78BOhxwULg5BZgL99BtXsJHzN-I8eQy3ciEyy120tpgHmI2Ao/s1147/Picsart_23-06-27_00-49-31-273.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="373" data-original-width="1147" height="34" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4GMNA48MnzpBlpO8gXlWuCHPpoSsVjre6kMKmG_Bjy17clFq14A4m00OhhNetaqoMu-6fJe1_I8HTG8YM6wppcWhvuQJ84P0nCt6vKvtBYXiy8ExKQzRLvMiAYciWCAeiXZZI7YJSFUZ78BOhxwULg5BZgL99BtXsJHzN-I8eQy3ciEyy120tpgHmI2Ao/w107-h34/Picsart_23-06-27_00-49-31-273.png" width="107" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/X6UBHGb0OA0" width="650" youtube-src-id="X6UBHGb0OA0"></iframe></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p>papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-37334812717669212942023-12-11T00:01:00.001-03:002023-12-19T21:43:41.967-03:00'O Sequestro do Voo 375' : longa de Marcus Baldini promove altas doses de tensão em contexto político | 2023<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b>NOTA 8.0 </b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Rogério Machado </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Antes de falar do filme em questão, vamos falar um pouco do 'complexo de vira lata' que nós brasileiros já ouvimos falar em algum momento da vida. A expressão e conceito criada pelo dramaturgo e escritor Nelson Rodrigues (a qual originalmente se referia ao trauma sofrido pelos brasileiros em 1950, quando a Seleção Brasileira foi derrotada pela Seleção Uruguaia de Futebol na final da Copa do Mundo no Maracanã), habitualmente é usada quando achamos que tudo que vem do Brasil é menor do que é feito lá fora. O Cinema Brasileiro é um dos que mais sofrem comparações principalmente quando pensamos em filmes de ação. Mas será que brasileiro não tem mesmo capacidade de produzir um grande blockbuster cheio de efeitos especiais convincentes e combinando tudo de melhor que o cinemão hollywoodiano tem? </span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-y0OJS3npSdnH3bDyWGLs7vdqUAa28dKbSCgDQHVq9qELa9jLJxGF1vyUpoJbTBc9FWM6fLLr_A3mfPDmQy2stJuTURPL3MCX9qyf4qgeltXSbivwPJdfTLC8F-IWr3MjlzIIApXLVWGFFpAlKoBCiCOfODSWovdD-XZ8LzEmN-hEWtW_AkDvjnIisa-D/s1920/nao-e-so-hollywood-que-sabe-fazer-diz-elenco-de-o-sequestro-do-voo-375-foto-divulgacaostar-distribution-brasil.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1920" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-y0OJS3npSdnH3bDyWGLs7vdqUAa28dKbSCgDQHVq9qELa9jLJxGF1vyUpoJbTBc9FWM6fLLr_A3mfPDmQy2stJuTURPL3MCX9qyf4qgeltXSbivwPJdfTLC8F-IWr3MjlzIIApXLVWGFFpAlKoBCiCOfODSWovdD-XZ8LzEmN-hEWtW_AkDvjnIisa-D/s16000/nao-e-so-hollywood-que-sabe-fazer-diz-elenco-de-o-sequestro-do-voo-375-foto-divulgacaostar-distribution-brasil.jpg" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><p style="text-align: justify;">Em 2012, quando assisti <i>'Dois Coelhos'</i>, do incrível Afonso Poyart, tive certeza de que somos capazes de filmes com efeitos especiais de primeira numa trama engenhosa construída com a mesma excelência. Com a chegada de <i>'O Sequestro do Voo 375'</i> tive dúvidas quando soube da ousadia do projeto, porém mais um vez fui surpreendido com a grandeza da produção e o cuidado em levar o público pra dentro desse avião em rota kamikaze. </p></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Marcus Baldini (<i>'Uma Quase Dupla', 'Bruna Surfistinha'</i>) é o responsável por trazer essa trama baseada na história real de um caso que chocou o país na década de 80 até nós. O longa se passa no período do Governo Sarney, em 1988, enquanto o Brasil enfrentava uma série de dificuldades econômicas e financeiras, logo após a queda da Ditadura Militar. No meio do caos e da revolta, surge </span><span style="font-family: verdana;">Nonato (Jorge Paz), um homem de origem simples que está passando por muitas dificuldades após a perda do emprego. </span><span style="font-family: verdana;">Inconformado com a sua situação - e, acima de tudo, a de seu país como um tudo -, Nonato decide protestar contra o Governo de uma forma dramática: sequestrar o voo 375, da Vasp, com mais de cem passageiros a bordo, ordenando ao comandante Murilo (Danilo Grangheia) que jogue o avião em cima do Palácio do Planalto. Para evitar uma tragédia, o piloto acaba tendo uma ideia ousada: executar manobras que jamais haviam sido tentadas com um avião daquele porte. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Aqui, Baldini consegue o grande feito de aliar uma trama altamente política, que coloca em voga o velho e desgastante debate da luta de braço entre governo e Forças Armadas, com tudo de mais atraente que um bom thriller possui, que é manter altos níveis de tensão (non-stop, diga-se de passagem) com o acabamento de efeitos especiais altamente convincentes, que só não chegam a ser perfeitos por alguns deslizes no CGI, que claro, nada comprometem o nosso envolvimento com o horror vivido durante aquele voo. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><i>'O Sequestro do Voo 375'</i> é mais uma prova que o cinema nacional pode apostar em qualquer gênero e tem potencial para desenvolver com excelência mesmo sequências com muita ação e carregadas de efeitos especais. É claro que ficamos atrelados ao fator orçamento, algo que diretamente nos distancia das grandes produções de Hollywood, e tendo ciência disso, fica ainda mais saboroso ver como nosso cinema transpõe barreiras e voa por cima dos impedimentos e das dificuldades. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiD2R4yjQL_-L8kfvBaxAETS8GErt6F65YDsytIWsZReJV5sErzJ8iavmyZbYVatlmiEZ97dsxRa7_VrsyapX4QuYQBIwHrMDzmZ-Vxk2o8QZ_4xPk5e0lq14gCyBn85It3JxwyzpPjeRii9aZNqFoFsR9uFlH7rceVN16ZLZGSEOrch87MOPtv8FJ9juH8/s1529/3.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="440" data-original-width="1529" height="37" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiD2R4yjQL_-L8kfvBaxAETS8GErt6F65YDsytIWsZReJV5sErzJ8iavmyZbYVatlmiEZ97dsxRa7_VrsyapX4QuYQBIwHrMDzmZ-Vxk2o8QZ_4xPk5e0lq14gCyBn85It3JxwyzpPjeRii9aZNqFoFsR9uFlH7rceVN16ZLZGSEOrch87MOPtv8FJ9juH8/w126-h37/3.png" width="126" /></a></div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/KHR2YY_WBHE" width="650" youtube-src-id="KHR2YY_WBHE"></iframe></div><br /><p style="text-align: justify;"><br /></p>papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-83227306183242320722023-12-09T00:48:00.000-03:002023-12-09T00:48:03.079-03:00 'Wonka' : divertido e visualmente deslumbrante, filme propõe reimaginação a um clássico atemporal | 2023<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b>NOTA 8.0</b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><i><span style="color: #999999;">Ele não gosta quando as pessoas dizem pobre</span></i> </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Vinícius Martins <a href="https://www.instagram.com/cinemarcante/" target="_blank">@cinemarcante </a></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O personagem Willy Wonka, criado pela mente inventiva de Roald Dahl, já ganhou duas versões muito cultuadas no cinema com as interpretações brilhantes de Gene Wilder e Johnny Depp. Agora chegou a vez de Timothée Chalamet encarnar o visionário criador da Fantástica Fábrica de Chocolates em um novo filme, dessa vez sob a direção de Paul King e a produção de David Heyman, em uma obra que visa apresentar as origens do chocolateiro mais famoso da cultura popular. O longa chegou dominando o circuito comercial no final de 2023 como uma surpresa cativante e cheia de personalidade, e, mesmo não conseguindo se esquivar das comparações com as versões anteriores, entrega um resultado com uma identidade bem própria e peculiar.</span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9Z-bE6Ew8_vxMzK2GP9dkxP2JrsmWZfHens7mWmzbIH-zMEcxAD1RQ6oh0ZRh14-BYUhwt5_W9tGEwOK2fr9251SNnSb1t4pB23JEUycF_1wztacpHlNfSesgxMlEm7lnLW40RotOOZb0tYLzZivtgfzNmz74e0OKsEs82DJ_Dk4VahJRcjA3XxoMVDLf/s2879/cnn-L19jb21wb25lbnRzL2ltYWdlL2luc3RhbmNlcy9sZWRlLTc5NTQzMzg2YjQwMjY3OWQ0MjUxNmY2ZDY5ZjMzYjkw-L19wYWdlcy9oX2FmMjhjYTk3MDBkOTM1MDBmZDk0YTRiMGM3ZDBhNzYw-e1689157952219.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1634" data-original-width="2879" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9Z-bE6Ew8_vxMzK2GP9dkxP2JrsmWZfHens7mWmzbIH-zMEcxAD1RQ6oh0ZRh14-BYUhwt5_W9tGEwOK2fr9251SNnSb1t4pB23JEUycF_1wztacpHlNfSesgxMlEm7lnLW40RotOOZb0tYLzZivtgfzNmz74e0OKsEs82DJ_Dk4VahJRcjA3XxoMVDLf/s16000/cnn-L19jb21wb25lbnRzL2ltYWdlL2luc3RhbmNlcy9sZWRlLTc5NTQzMzg2YjQwMjY3OWQ0MjUxNmY2ZDY5ZjMzYjkw-L19wYWdlcy9oX2FmMjhjYTk3MDBkOTM1MDBmZDk0YTRiMGM3ZDBhNzYw-e1689157952219.webp" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><p style="text-align: justify;">Estamos diante de um dos filmes mais charmosos do ano - e não digo isso com o costumeiro apelo sensual que vem atribuído ao termo “charme”, mas sim tendo em vista a delicadeza dos detalhes e a elegância que enche a tela em diversos frames durante a exibição. Destaco o ótimo trabalho do diretor de fotografia Chung-Hoon Chung, com quadros que fazem uso de simetrias pontualmente colocadas, valorizando ainda mais o caprichado design de produção de Nathan Crowley e o belíssimo feito da figurinista vencedora do Oscar, Lindy Hemming. Uma equipe e tanto, escolhida pelo diretor dos dois <i>‘As Aventuras de Paddington’</i> (2014/2017) e do produtor da franquia <i>‘Harry Potter’. </i>Com isso temos o retorno do bom e velho humor britânico, é claro, principalmente com os nomes brilhantes que compõem o elenco adicional - tais como Rowan Atkinson (o eterno Mr. Bean) e a sempre excelente Olivia Colman, além do grande (ou pequeno, nesse caso) Hugh Grant, que rouba a cena com seu Oompa-Loompa.</p></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Chalamet compõe seu protagonista sem a malícia de Wilder e sem os modismos extravagantes de Depp; indo na contramão do óbvio, ele prefere criar um estilo próprio ao invés de emular figuras já consolidadas no imaginário coletivo. Com um intérprete que entende o viés da trama, o roteiro abre espaço para debater o corporativismo e a deslealdade mercantil, com uma mensagem batida - porém sempre válida - sobre persistência e criatividade; mas vai além e abre espaço também para debates de política social e as classes de poder. É um acréscimo bem aproveitado à mitologia já vista nos filmes anteriores, principalmente por reimaginar um personagem tão caricato e tão instigante quanto Willy Wonka. É um filme familiar com alguns toques de novidade e refinamento, que diverte e agrega boas virtudes e ensinos aos pequenos e aos grandes também.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM-AUTvgddXZSpdzST27rRCvvWkXaaa_8urXbT2DFRFkGozFBb-Ew_zlTb4_r7JkE1A0SIZmH_znRNQ0XcUUDtws1RAQeboLZhnO9OSpcUH0xMk-MtZRw9Cgq-gkE03WVbiyKAgYg-mS4CrMyM45Ia9kqRJY9yIIN0IykZxSydR39tXE0EJJQyvha72Wk3/s1529/3.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="440" data-original-width="1529" height="37" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM-AUTvgddXZSpdzST27rRCvvWkXaaa_8urXbT2DFRFkGozFBb-Ew_zlTb4_r7JkE1A0SIZmH_znRNQ0XcUUDtws1RAQeboLZhnO9OSpcUH0xMk-MtZRw9Cgq-gkE03WVbiyKAgYg-mS4CrMyM45Ia9kqRJY9yIIN0IykZxSydR39tXE0EJJQyvha72Wk3/w127-h37/3.png" width="127" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/8Hpz6B4FODM" width="650" youtube-src-id="8Hpz6B4FODM"></iframe></div><br /><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><div><br /></div>papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-12925814575541904482023-12-08T00:04:00.000-03:002023-12-08T00:04:03.108-03:00 'Puan': comédia ácida discute filosofia política com duelo acadêmico entre professores universitários | 2023<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b>NOTA 8.0</b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Marcello Azolino <a href="https://www.instagram.com/pilulasdecinema/" target="_blank">@pilulasdecinema</a></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Ao iniciar com uma cena banal de um idoso praticando cooper em um parque de Buenos Aires e este repentinamente sofrendo um ataque cardíaco, somos apresentados às consequências acadêmicas que a morte deste mesmo senhor, um renomado professor da cadeira de Filosofia Política da Universidade Pública de Buenos Aires, acaba gerando entre os docentes. A sucessão lógica de sua posição seria ocupada pelo Professor Marcelo Pena (Marcelo Subiotto), o adjunto, que tem a expectativa de assumir a cadeira da matéria, porém o retorno de um outro acadêmico chamado Rafael Sujarchuk (Leonardo Sbaraglia) pode ameaçar seus planos de gozar deste prestígio de ser o sucessor.</span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsHM4-qeegUh3RlsToOjnSVA1qi84CeBAmTqRCCFkX7DMxkvAVTsWGm1maEqbUX2hAEAqUvXKv8IIR8L5arsWLIh-z3_Q4aMIHXd4QDnKkz3xrcgO9H2Jcpgj4VIqqndPW81NeTU-TnZksHxV1gOIla7-iqIB1m0S3zCUvGxpLYfXdtvfnAcUxKm0BTtGT/s1200/puan_filme_b_0.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsHM4-qeegUh3RlsToOjnSVA1qi84CeBAmTqRCCFkX7DMxkvAVTsWGm1maEqbUX2hAEAqUvXKv8IIR8L5arsWLIh-z3_Q4aMIHXd4QDnKkz3xrcgO9H2Jcpgj4VIqqndPW81NeTU-TnZksHxV1gOIla7-iqIB1m0S3zCUvGxpLYfXdtvfnAcUxKm0BTtGT/s16000/puan_filme_b_0.jpg" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><p style="text-align: justify;">Totalmente focado no personagem de Marcelo, o filme <i>'Puan'</i>, que se refere a uma cidade na província de Buenos Aires aonde se localiza a Universidade em questão, é uma crônica deliciosa sobre os entreveros deste professor que equilibra uma série de atividades no seu currículo como dar aulas particulares de Filosofia para uma idosa ricaça até seus devaneios afiados sobre a obra de Rousseau com seus alunos. Enquanto Marcelo está fora do peso, é calvo e leva uma vida tradicional com sua esposa e seu filho adolescente, Rafael está na crista da onda ao voltar do estrangeiro, esbelto, com várias publicações no currículo e namorando a atriz badalada Vera Motta (Lali Espósito).</p></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">A queda de braço entre os dois professores é sutil e parece vir mais do lado de Marcelo do que de Rafael, porém os diálogos inspirados e as situações cotidianas do roteiro apresentam o que há de melhor do cinema argentino, que definitivamente sabe focar em crônicas maravilhosas do dia a dia de seus cidadãos.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Em uma cena hilária, Marcelo é convidado pela sua aluna idosa a fazer um show de Filosofia Política focado no filósofo alemão Heidegger durante sua festa de aniversário para uma série de velhinhas e velhinhos convidados, uma vez que o mágico que ela havia contratado como animador foi preso. São situações saborosas como esta que arrancam risadas com um humor rasteiro à La Woody Allen que enriquecem a narrativa e colocam esta comédia como acima da média.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><i>'Puan'</i> acumula nas suas costas um relativo sucesso, pois foi reconhecido pelo Festival de San Sebastian com o prêmio de Melhor ator, para o sensacional Marcelo Subiotto, além de Melhor Roteiro pelo Judy Prize.<i> 'Puan'</i> também está indicado para Melhor Filme Iberoamericano nos Prêmios Goya do ano que vem. Moral da história, mais um filme argentino imperdível para a lista dos cinéfilos de carteirinha.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNTcOchl_bJV08O-Xtna5m14slDuhcG1pB0lSUshuBwTNCAPFAA88d1ZDZi174TU03g5xJzbgm5pTBSoQOHDyF7kXtxh8865Q9xKcN7q87VimC-QonH4H6g1OB4ifo1SwI3sI0NtvAECSnSlO02fJKymEkZ6KavqFAf5rjPI8l9M4T8BJl8wX68CoWOVGD/s1529/3.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="440" data-original-width="1529" height="39" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNTcOchl_bJV08O-Xtna5m14slDuhcG1pB0lSUshuBwTNCAPFAA88d1ZDZi174TU03g5xJzbgm5pTBSoQOHDyF7kXtxh8865Q9xKcN7q87VimC-QonH4H6g1OB4ifo1SwI3sI0NtvAECSnSlO02fJKymEkZ6KavqFAf5rjPI8l9M4T8BJl8wX68CoWOVGD/w135-h39/3.png" width="135" /></a></div><p></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/RWkQ3Xg43ds" width="650" youtube-src-id="RWkQ3Xg43ds"></iframe></div><br /><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p>papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-56593580229575910872023-12-07T00:19:00.000-03:002023-12-07T00:19:04.517-03:00 ‘Softie’: um delicado coming-of-age sobre carências, sentimentos confusos e descobertas | 2023<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b>NOTA 7.0</b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Alan Ferreira <a href="https://www.instagram.com/depoisdaquelefilme/" target="_blank">@depoisdaquelefilme</a></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O coming-of-age é um entre tantos subgêneros cinematográficos herdados da literatura. Advindas do chamado bildungroman alemão, obras deste tipo, geralmente, contam histórias sobre o amadurecimento frente, sobretudo, à perda de uma sensação de segurança. Tendo em vista tal aspecto, <i>“Softie”,</i> produção francesa que estreia nesta quinta-feira, diferencia-se um pouco dos demais já que seu protagonista, o jovem Johnny, é mais uma entre tantas crianças vulneráveis, afetadas por fazerem parte de famílias que se formam sem qualquer planejamento.</span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZnEUMWDlS9GUKqBrha1lOWCyDikL3q2EShYXe4LdqxLYK9soKRGtqTrFUqAI48lq0liyYw5rutGu3rQjjEE1dsGozc0A1RCLg2EPJcjijPAeu6VqLGSLUVOA9D-sNfS10259V91fSRMkxoV9uWKWSim-hQirGelmky3BWp6vPfgbk8BpFOTwROwdtY3La/s800/image-w1280.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZnEUMWDlS9GUKqBrha1lOWCyDikL3q2EShYXe4LdqxLYK9soKRGtqTrFUqAI48lq0liyYw5rutGu3rQjjEE1dsGozc0A1RCLg2EPJcjijPAeu6VqLGSLUVOA9D-sNfS10259V91fSRMkxoV9uWKWSim-hQirGelmky3BWp6vPfgbk8BpFOTwROwdtY3La/s16000/image-w1280.webp" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><p style="text-align: justify;">Embora se inicie com a família do menino sendo realocada após o fim de mais um relacionamento “amoroso” conturbado da mãe, não é possível dizer que, antes, ele vivia no que poderíamos chamar de um lar seguro. Metaforizado de forma sutil pelo peitinho que carrega cuidadosamente para o seu novo endereço, o personagem interpretado por um excelente Aliocha Reinert em pouco menos de dez minutos de projeção é testemunha das mais diversas formas de violência: xingamentos, agressões físicas, consumo de drogas e exposição precoce à nudez, se não estão todas diretamente relacionados à sua pessoa, acabam por compor sua triste rotina. Além disso, Johnny, mesmo tendo um irmão mais velho, já se vê obrigado a dividir com a mãe (Mélissa Olexa), atendente numa tabacaria em Forbach, os cuidados com a irmãzinha, o que o obriga a adquirir um senso de responsabilidade maior do que sua pouca idade exigiria.</p></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por isso, não é de se estranhar que a escola, em muitos momentos, funcione como uma válvula de escape. Lá, Johnny se aproxima de Jean (Antoine Reinartz), professor recém-chegado à região fronteiriça entre a França e a Alemanha, e que enxerga nele muito potencial. Não tarda para que as carências do menino, alguém em fase de descobertas – a sexualidade, inclusive – e repleto de sentimentos confusos, sejam gradualmente jogadas naquele que lhe deu um pouco de atenção. Assim, o que a princípio parecia ser reflexo da ausência de uma figura paterna, aos poucos, vai dando lugar a algo para além da admiração e do carinho natural que pode surgir em um discípulo para com seu mestre, chegando perigosamente, à certa altura, às raias da obsessão.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Diferente do que fez Thomas Vintenberg no magistral <i>“A Caça”,</i> o diretor Samuel Theis (<i>“Party Girl”</i>) não está interessado no aspecto moral ou nos julgamentos sociais (deturpados propositalmente no longa dinamarquês) a partir da aproximação indevida entre um adulto e uma criança. Ao colocar o professor como um profissional correto e preocupado com a formação de Johnny, o roteiro de<i> “Softie” </i>– escrito pelo próprio Theis a partir de suas vivências – mostra-se bem mais interessado em narrar, de maneira bastante delicada, um processo de autoconhecimento e amadurecimento diante das frustrações e dos sentimentos reprimidos que, inevitavelmente, a vida nos obriga a administrar, e como a falta de amparo familiar torna essa jornada muito mais complexa. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdHSP_niap92LcAPI2l_r4OQ2JUeesrrFuLmKbVIgRM3BKtxrb6xr6A0Z-h5lLUf0nLUzn3xgQbZw8ZA8wUcNeAg29RW4olnklhMdw8LxcDtYY4o4nUl7RjbQAYz_afoObOtiXmcjXxkLxlwW_hWWQkFWSmg8_du1N8Sf70iapGJDnAmI060G7gytgu3L6/s1334/4.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="463" data-original-width="1334" height="41" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdHSP_niap92LcAPI2l_r4OQ2JUeesrrFuLmKbVIgRM3BKtxrb6xr6A0Z-h5lLUf0nLUzn3xgQbZw8ZA8wUcNeAg29RW4olnklhMdw8LxcDtYY4o4nUl7RjbQAYz_afoObOtiXmcjXxkLxlwW_hWWQkFWSmg8_du1N8Sf70iapGJDnAmI060G7gytgu3L6/w120-h41/4.png" width="120" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/UwxL_j7jobg" width="650" youtube-src-id="UwxL_j7jobg"></iframe></div><br /><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p>papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-9521015053410329842023-12-06T00:26:00.000-03:002023-12-06T00:26:10.297-03:00Dica Reserva Imovison : 'Gerontofilia' | 2013<p style="text-align: justify;"><span style="color: #999999; font-family: verdana;"><i>O cinema como instrumento para o rompimento de padrões </i></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Rogério Machado </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">De certo o cinema e as artes em geral são canais de longo alcance e eficazes pra desmistificar tabus e preconceitos. Quantos padrões não são rompidos todos os dias pelos debates propostos pela arte, trazendo melhor compreensão sobre temas que outrora podiam soar estranhos a um olhar ou outro. Na esteira desse assunto, o cineasta Bruce Labruce se coloca como destaque por trazer consigo um forte apelo visual e transgressor, de tocar o intocável com temas intragáveis para muitos e imagens feitas para chocar, em temáticas sempre rodeadas por muito fetiche e sexo.</span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiazI546bI-HWW1wxDMV45QRgmhccKEG6SVM0zUGlwWk8wHs2Xy-TQG5FhB2upru_2VK4m8mwtydPtLVSgCPGiPkahMS6Hc_UsaOpw_KiOVeX883oORQROdvI9GAk4eT3lVGJOmg6IXpWnXy1AM7fC5a2AFuy4PvN_sR0TvbMLGrwzuXo8yCPTvc_P2T5mB/s800/image-w1280.webp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiazI546bI-HWW1wxDMV45QRgmhccKEG6SVM0zUGlwWk8wHs2Xy-TQG5FhB2upru_2VK4m8mwtydPtLVSgCPGiPkahMS6Hc_UsaOpw_KiOVeX883oORQROdvI9GAk4eT3lVGJOmg6IXpWnXy1AM7fC5a2AFuy4PvN_sR0TvbMLGrwzuXo8yCPTvc_P2T5mB/s16000/image-w1280.webp" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><p style="text-align: justify;"><i>'Gerontofilia'</i>, de 2013, que acaba de chegar ao catálogo do Reserva Imovision, é o filme mais comportado do realizador, mas nem por isso menos polêmico. Em tempos onde se fala de etarismo, justamente por ser um assunto também envolto em preconceito, é interessante notar como Labruce nos posiciona na trama, e ao mesmo tempo em que nos coloca como inquisidores também propõe um olhar compreensivo e benevolente.</p></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">A trama traz a história de Lake (Pier-Gabriel Lajoie), um garoto com 18 anos que descobre que gosta de homens idosos. </span><span style="font-family: verdana;">Quando sua mãe começa a trabalhar em uma casa de repouso, Lake vê a oportunidade perfeita para descobrir até onde vai a sua obsessão. Com o passar dos dias Lake começa a se </span><span style="font-family: verdana;">relacionar com Mr. Peabody (Walter Borden), que foi deixado ali por um filho que jamais voltou pra revê-lo.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">A gerontofilia (grego:Geron, que significa velho; e philie, amor) é caracterizada pela inclinação sexual de pessoas jovens por pessoas de idade avançada, e embora seja considerada por alguns um tipo de perversão , há estudiosos que afirmam que as mudanças biológicas associadas à sexualidade na velhice não impossibilitam relações saudáveis com adultos jovens. <i>'É inconcebível tratar como perversão as relações românticas e sexuais entre pessoas conscientes de suas escolhas apenas com base na distância entre os anos que nasceram'</i>, afirma Mara Lúcia Madureira, psicóloga cognitivo-comportamental.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O longa de Labruce rompe com seus próprios padrões transgressores e traz um romance doce e além dos interesses sexuais entre dois homens de idades tão diferentes. É claro que aqui o incômodo pode acontecer por conta de se tratar de duas pessoas do mesmo sexo; portanto, ainda que numa voltagem mais baixa, Labruce não deixa de tocar na ferida de uma sociedade que vê a velhice e o amor entre iguais como doença. </span></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJnGSxpuYbxfw85ekbHSkOTKmD4tTMeI1jz1T16LocbsdNv-2FWPdttYwjxw7fmcE4T2nZrAfa8FWTUZW7QZ-E0gMGU7lv4HH1bdiRTmPJoOBH2e-ikt7UqU0wbwy6L8KuuuNWAKJywYyJ8akaOPxzGJ7nXYUpO6JmuyrJIrRM-gQNS75TqtDHoDZFCpau/s1147/Picsart_23-06-27_00-49-31-273.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="373" data-original-width="1147" height="36" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJnGSxpuYbxfw85ekbHSkOTKmD4tTMeI1jz1T16LocbsdNv-2FWPdttYwjxw7fmcE4T2nZrAfa8FWTUZW7QZ-E0gMGU7lv4HH1bdiRTmPJoOBH2e-ikt7UqU0wbwy6L8KuuuNWAKJywYyJ8akaOPxzGJ7nXYUpO6JmuyrJIrRM-gQNS75TqtDHoDZFCpau/w112-h36/Picsart_23-06-27_00-49-31-273.png" width="112" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/hEHa8t2GpfA" width="650" youtube-src-id="hEHa8t2GpfA"></iframe></div><br /><p style="text-align: justify;"><br /></p>papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-27302299736348450122023-12-05T00:56:00.001-03:002024-02-02T20:16:26.295-03:00'Nosso Amigo Extraordinário' : filme traz reflexão sensível sobre velhice e tolerância | 2023 <p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b>NOTA 7.5</b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Karina Massud <a href="https://www.instagram.com/cinemassud/" target="_blank">@cinemassud </a></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Envelhecer ativo, com saúde e qualidade de vida é um privilégio para poucos. Em <i>“Nosso Amigo Extraordinário”</i> conhecemos o Milton, um senhor viúvo e aposentado que tem uma vida tranquila... seu casal de filhos está criado, ele tem uma boa casa e uma boa renda, mas a solidão e o tédio o perturbam; a coisa mais empolgante que ele faz no seu quotidiano é ir na reunião de moradores da sua cidadezinha com os vereadores locais. Até que um dia acontece algo inusitado: uma nave espacial cai em seu jardim com um extraterrestre que ele acaba abrigando em casa.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">A história é parecida com a de <i>“Cocoon” </i>(1985), onde alienígenas se alojam numa piscina perto do asilo e viram a vida dos idosos de pernas pro ar. Só que em <i>“Nosso Amigo Extraordinário”</i> (o título original é <i>“Jules”,</i> e aqui temos mais um título nacional desastroso, jamais canso de bater nessa tecla) a trama é mais simples mas igualmente bela nas consequências da visita inesperada.</span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUyA-RIaK-wlKuZMPrfgyxifufNWfDO2XRs-Ynoi0y4NiHXIBQpTf6QjmDKM7VZ5XODfvNbBl4EYZtnoqbiE4fTl6qtYZ5hG86iXuKMdGD7KjQxbwWBpBlY0zqm3po6NahaK76qOMt6oS2vNdCMxEF6JfOMDwLDVVfmNPuZHzi-qWv6EPCZW3d0UikAsbG/s960/nosso-amigo-extraordin%C3%A1rio-06set2023-Bleecker-Street-divulga%C3%A7%C3%A3o-960x540.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="540" data-original-width="960" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUyA-RIaK-wlKuZMPrfgyxifufNWfDO2XRs-Ynoi0y4NiHXIBQpTf6QjmDKM7VZ5XODfvNbBl4EYZtnoqbiE4fTl6qtYZ5hG86iXuKMdGD7KjQxbwWBpBlY0zqm3po6NahaK76qOMt6oS2vNdCMxEF6JfOMDwLDVVfmNPuZHzi-qWv6EPCZW3d0UikAsbG/s16000/nosso-amigo-extraordin%C3%A1rio-06set2023-Bleecker-Street-divulga%C3%A7%C3%A3o-960x540.jpg" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><p style="text-align: justify;">É maravilhoso ver o brilhante ator Sir Ben Kingsley viver um protagonista comum e descomplicado. Ele, que sempre nos brinda com personagens densos e interpretações grandiosas como Gandhi, Lenin, Georges Méliès ou Salvador Dali, agora nos deleita com a interpretação de um homem que poderia ser o seu vizinho ou colega de trabalho. Kingsley constrói várias camadas em Milton através dos seus olhares cheios de significados, solidão, tédio ou espanto, e seus silêncios de indignação como quando sua sanidade mental é colocada a prova por sua filha – angariando pro personagem uma empatia enorme do público.</p></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Ninguém, exceto suas amigas Sandy e Joyce, acredita que Milton hospeda um alien; o que passa a ser um ponto positivo pro trio que têm a partir daí uma virada de vida e tem a alma rejuvenescida. Eles embarcam numa jornada de desabafos e reflexões sobre a velhice, sobre a invisibilidade que sentem ter perante a sociedade intolerante com o diferente do padrão. Jules, o amigo extraterrestre, na sua quietude e calma para resolver os problemas pra voltar pro seu planeta, consegue tirar dos seus amigos muitos relatos íntimos e acaba se tornando um terapeuta pros terráqueos. Cada um que senta do seu lado abre o coração e conta suas aflições presentes e alegrias passadas em belos monólogos. A forma como encaram e lidam com a velhice é exposta, e nem sempre é agradável, pois os velhos ainda são tratados de forma bem aquém da merecida. Jules os une e os torna cúmplices nesse “segredo”, que além de ser um remédio pro tédio, os ajuda emocionalmente.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O diretor Michael Turtletaub (que dirigiu <i>“Jamaica Abaixo de Zero” </i>e <i>“Enquanto Você Dormia”</i> e produziu <i>“Pequena Miss Sunshine”</i> e <i>“A Despedida”</i>), lança um olhar pro drama e não de ficção cientifica, que é assumidamente uma trama simples porém sensível sobre sentimentos. Há sim a busca do ET pelo serviço secreto, mas o foco da trama é a amizade, a solidão na terceira idade, a redescoberta da alegria e a tolerância com o diferente. <i>“Nosso Amigo Extraordinário”</i> chega sem muito estardalhaço ao catálogo da Netflix, mas com carisma suficiente pra conquistar e emocionar quem procura por um filme simples porém bonito.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbIgVjbOhCtl8Ja4DOeK7XgR-Mj66G5rxOm4_awAomUIPryB3cplAdK64WBfYLA7uA8lt8BDnqFX0I-qegEkp6YpouXiSKGf_iUCFHWp5NKSwkyIZy9dHrWUTZdrPGiv4-pgH6-5ruX3HogyJxyjPpovFmv-7-lCPotyenFOfN4Mi474Kbx-D0Ue5Zl3DF/s1334/4.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="463" data-original-width="1334" height="41" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbIgVjbOhCtl8Ja4DOeK7XgR-Mj66G5rxOm4_awAomUIPryB3cplAdK64WBfYLA7uA8lt8BDnqFX0I-qegEkp6YpouXiSKGf_iUCFHWp5NKSwkyIZy9dHrWUTZdrPGiv4-pgH6-5ruX3HogyJxyjPpovFmv-7-lCPotyenFOfN4Mi474Kbx-D0Ue5Zl3DF/w119-h41/4.png" width="119" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/01HmaYPAQME" width="650" youtube-src-id="01HmaYPAQME"></iframe></div><br /><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p>papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-28664956701538235482023-12-04T00:34:00.002-03:002023-12-04T17:08:42.439-03:00'Folhas de Outono' : solidão, ironia e amor à moda finlandesa dão o tom em novo filme de Aki Kaurismäki | 2023<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b>NOTA 10 </b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Rafa Ferraz <a href="https://www.instagram.com/isso.nao.e.uma.critica/" target="_blank">@issonãoéumacrítica </a></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Aki Kaurismäki, renomado diretor, produtor e roteirista finlandês, é conhecido por seu estilo marcante, caracterizado por uma mistura de minimalismo, melancolia e humor seco impregnado de humanismo. Em sua filmografia, temas como solidão, marginalização social, desigualdade e a complexidade da condição humana são recorrentes. Reconhecido especialmente pela trilogia do proletariado, composta por <i>"Sombras no Paraíso", "Ariel"</i> e <i>"A Garota da Fábrica de Fósforos",</i> o cineasta revela sua veia crítica de maneira explícita, embora esse viés permeie toda a sua obra. Em <i>"Folhas de Outono",</i> mantendo sua preferência por personagens outsiders, somos levados a uma atmosfera fria e inexpressiva, característica do cenário finlandês, porém, com o toque especial a la Kaurismäki. </span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzED1wnrezcW-RSsLEMANs3xclaeGr5m9b3UGMyx-XwgRjGxoSvGR8vbMYGVW5Ovmr7wreuPShZsoKmnaobWqZJ4FIkEnwynROHTHaWR94QnW9WJ9XkRMrwPPK1JTHI2h9CUD1Nx5WEKFrFC8j7Ml1ufz2SzhuOxT1-1MMucgsVzE0wtvJZH-tiTA_JNDI/s1200/FILME-FALLEN-LEAVES-01.jpg.webp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzED1wnrezcW-RSsLEMANs3xclaeGr5m9b3UGMyx-XwgRjGxoSvGR8vbMYGVW5Ovmr7wreuPShZsoKmnaobWqZJ4FIkEnwynROHTHaWR94QnW9WJ9XkRMrwPPK1JTHI2h9CUD1Nx5WEKFrFC8j7Ml1ufz2SzhuOxT1-1MMucgsVzE0wtvJZH-tiTA_JNDI/s16000/FILME-FALLEN-LEAVES-01.jpg.webp" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><p style="text-align: justify;">Na trama acompanhamos Ansa (Alma Pöysti) e Holappa (Jussi Vatanen), duas almas solitárias que se conhecem por acaso em um bar de karaokê. Contudo, o percurso dos protagonistas é permeado por inúmeros obstáculos, e entre encontros e desencontros, eles se empenham em construir uma conexão em meio às complexidades e angústias da vida cotidiana. </p></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O olhar que lançamos sobre outras culturas muitas vezes carrega inclinações naturais e, dependendo da distância, esse abismo pode criar um afastamento que dificulta qualquer forma de identificação. No entanto, ousando parecer otimista sem soar irrealista, a arte talvez atue como uma ponte, proporcionando encontros com novos hábitos e estilos de vida. Em <i>"Folhas de Outono",</i> mesmo imerso em certo exagero característico do diretor, a percepção do cotidiano dos personagens pode sugerir uma falta de tempero na forma nórdica de viver, especialmente para nós, latinos acostumados ao melodrama e às narrativas passionais. Entretanto o cinema emerge como um veículo para dissipar essa estranheza, introduzindo novos olhares e enriquecendo nosso repertório. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Derrubadas as barreiras culturais, <i>"Folhas de Outono"</i> revela não apenas uma estrutura singular, mas também soluções visuais surpreendentemente inventivas. Um exemplo notável ocorre quando um personagem espera alguém diante de um cinema. Em meros segundos, testemunhamos sua expressão ansiosa, as luzes da fachada se extinguindo, e sua partida. Na sequência, a pessoa aguardada finalmente chega, observa o lugar onde o outro estava, depara-se com vários cigarros no chão e, sem palavras, também se retira. Essa breve sequência encapsula uma narrativa rica, revelando que o primeiro esperava há muito tempo, e a segunda, percebe isso. A habilidade ímpar do diretor em transmitir tantos detalhes em tão pouco tempo, sem recorrer a diálogos, evidencia a maestria com que Kaurismäki domina a linguagem cinematográfica, destacando que, no cinema, a imagem é sua principal ferramenta. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Vencedor do Grande Prêmio do Júri deste ano, conquista já alcançada pelo diretor em 2011,<i> "Folhas de Outono" </i>é um exemplar do cinema com "C" maiúsculo. Embora traga uma história profundamente enraizada na Finlândia, suas temáticas são universais, transcendendo fronteiras geográficas para tocar o espectador em níveis emocionais e reflexivos, reforçando o poder transformador e unificador da sétima arte. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRb8DakqLFWLPF-sqmAjjQzmDTchMV9cIRVKZ10yWjXYn-Q8cFeEx3fFT9d7PWr00Ox3td_3dZuJ8kdhtMWFBPPq2tzPD7seHY7VK1ExEJvOGItrVYHANrQ4dh6SG3taH_nI3TYJZn85m0utWo22Y7U7EPmIA9WziM88byr7P0StZUcbhnnnBr8VYxTsQw/s1920/1.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="494" data-original-width="1920" height="38" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRb8DakqLFWLPF-sqmAjjQzmDTchMV9cIRVKZ10yWjXYn-Q8cFeEx3fFT9d7PWr00Ox3td_3dZuJ8kdhtMWFBPPq2tzPD7seHY7VK1ExEJvOGItrVYHANrQ4dh6SG3taH_nI3TYJZn85m0utWo22Y7U7EPmIA9WziM88byr7P0StZUcbhnnnBr8VYxTsQw/w149-h38/1.png" width="149" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/3ZO7k6PVofI" width="650" youtube-src-id="3ZO7k6PVofI"></iframe></div><br /><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p>papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-15573004288342394592023-12-01T00:38:00.000-03:002023-12-01T00:38:09.871-03:00'Rustin' : Colman Domingo é destaque em cinebiografia produzida pelos Obama em parceria com a Netflix | 2023<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b>NOTA 8.0</b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Rafa Ferraz <a href="https://www.instagram.com/isso.nao.e.uma.critica/" target="_blank">@issonãoéumacrítica </a></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Inúmeros são os filmes que exploram eventos históricos, e diante da ampla gama de narrativas disponíveis, algumas obras transcendem a reconstituição dos fatos. Elas se propõem a desvendar os bastidores, aprofundando não apenas o entendimento do "o que aconteceu", mas também revelando o "como aconteceu". Assim é </span><span style="font-family: verdana;"><i>“Rustin”,</i></span><span style="font-family: verdana;"> produzido pela família Obama e mais recente adição do catálogo da Netflix. O longa se concentra na figura de Bayard Rustin, ex conselheiro de Martin Luther King, fervoroso defensor da resistência civil não-violenta e principal organizador da famosa Marcha sobre Washington. </span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMo-Sg8PRD6u56aDE4bxab0s9FLhBI1IlTmk6dLABwkK37hGHHv0eOouTIGIOyXECZx-IWwax04oR2NxzQM1X0KfbhsO42v1AA9Gt3SwA9qwKJI-DtZTYJf223ScWVYdfMPKmwg0TDhq2bbJN9sDu9tR_0xxcsm-W8bC7e93agn2M2nj0NAGGITpUQjWU6/s1280/AAAABZJCjOvCENIUGsB9omgznldp_dFXFei0A-ih91oT0O9Eiujw5Rk3r9eUQm97_7gJmxpwN-m8MkOtmn_EDOGDsniyG2YwjmSB4XUI.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMo-Sg8PRD6u56aDE4bxab0s9FLhBI1IlTmk6dLABwkK37hGHHv0eOouTIGIOyXECZx-IWwax04oR2NxzQM1X0KfbhsO42v1AA9Gt3SwA9qwKJI-DtZTYJf223ScWVYdfMPKmwg0TDhq2bbJN9sDu9tR_0xxcsm-W8bC7e93agn2M2nj0NAGGITpUQjWU6/s16000/AAAABZJCjOvCENIUGsB9omgznldp_dFXFei0A-ih91oT0O9Eiujw5Rk3r9eUQm97_7gJmxpwN-m8MkOtmn_EDOGDsniyG2YwjmSB4XUI.jpg" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><p style="text-align: justify;">Cinebiografias costumam ter bastante apelo popular, e<i> “Rustin” </i>se propõe ir além da mera celebração ao apresentar ao mundo um personagem cuja trajetória foi muitas vezes relegada a um papel secundário. Nascido em 1912, Bayard desempenhou um papel crucial em todas as principais manifestações pelos direitos civis, dedicando-se incansavelmente ao ativismo ao longo de toda a vida. O filme se desenrola em 1963, quando Bayard Rustin se vê confrontado por pressões políticas tanto internas quanto externas no movimento negro. Nesse momento crítico, Rustin emerge como líder, encabeçando a organização daquela que se tornaria a maior manifestação pacífica da história. A narrativa mergulha nas complexidades e desafios que ele enfrenta, proporcionando uma visão mais profunda de sua contribuição para a luta pelos direitos civis. Ao destacar esse momento histórico específico, o filme não só ressalta a magnitude do evento, mas também lança luz sobre a resiliência e a coragem de um homem por muito tempo esquecido. </p></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O projeto adota uma estrutura narrativa tradicional e, em alguns momentos, apresenta uma condução um tanto burocrática. No entanto, é nos momentos em que o texto parece patinar que Colman Domingo se destaca, elevando o valor da produção. Ao observar alguns vídeos de arquivo e compará-los, torna-se nítido o comprometimento e a habilidade de observação e performance do ator. Esses atributos, aliados a uma caracterização fiel, fazem deste o melhor trabalho da carreira de Domingo. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">A dinâmica dos grupos engajados na luta pelos direitos civis, especialmente quando liderados por pessoas negras ocupando posições de poder, revela uma fascinante e por vezes conflitante pluralidade de ideias, mesmo se tratando de um grupo composto por “iguais”. Ainda que unidos por uma causa comum, surgem divergências que evidenciam as nuances dentro do movimento. Notavelmente, algumas contradições emergem, como a reprodução de preconceitos, que, apesar do histórico brutal de opressão que vitimou milhares de afro-americanos, esse mesmo grupo reproduz outros tipos de violência, como a homofobia, resultando em exclusões sumárias e perseguições injustificadas. Bayard Rustin era homossexual assumido e teve sua orientação sexual manipulada por opositores, frequentemente utilizando argumentos preconceituosos como arma para atacar seus ideais e diminuí-lo enquanto indivíduo. Esses aspectos, embora complexos, ilustram a importância contínua da reflexão interna para fortalecer os movimentos sociais em direção a uma verdadeira inclusão e igualdade. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-nUJ8f7wbDWgd8IWLeZwcfcfr0dVpyHSBhDYKwQGp1zpMjYJ7y20WJIb34BYcHRZK0jleoPqMPb2jEMy6zanxr2ryy8OAi2tI4Z-Qy5km4MAouTHHWQKzoB3l8-S8HH2YOrue9aB6BQH30E8FqNF0JhMq4SUGdDT_m_eyurDU2HbYf0K3egLGwAJCs3jz/s1529/3.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="440" data-original-width="1529" height="39" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-nUJ8f7wbDWgd8IWLeZwcfcfr0dVpyHSBhDYKwQGp1zpMjYJ7y20WJIb34BYcHRZK0jleoPqMPb2jEMy6zanxr2ryy8OAi2tI4Z-Qy5km4MAouTHHWQKzoB3l8-S8HH2YOrue9aB6BQH30E8FqNF0JhMq4SUGdDT_m_eyurDU2HbYf0K3egLGwAJCs3jz/w136-h39/3.png" width="136" /></a></div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/5iZtBm4AzIg" width="650" youtube-src-id="5iZtBm4AzIg"></iframe></div><br /><p style="text-align: justify;"><br /></p>papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-74942521065300962862023-11-30T00:04:00.001-03:002023-11-30T22:19:51.840-03:00 'Clube da Luta para Meninas' : com explosão de humor físico, longa utiliza a sátira como arma para desvelar questões sociais | 2023<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b>NOTA 8.0</b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Rafa Ferraz <a href="https://www.instagram.com/isso.nao.e.uma.critica/" target="_blank">@issonãoéumacrítica </a></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">A comédia sempre se desdobrou em diversas facetas, e o exagero é uma delas. Embora a virada do século tenha popularizado o "besteirol" com sucessos adolescentes como <i>"American Pie"</i> e <i>"Superbad"</i>, os anos 80 já apresentavam algo semelhante, como em <i>"A Vingança dos Nerds"</i>, um fenômeno de 6 mil dólares de orçamento que rendeu mais de 60 milhões em receita, garantindo sequências até os anos 90. Dado o contexto histórico, essas narrativas eram predominantemente masculinas, marcadas por uma visão hipersexualizada dos corpos femininos. Em <i>"Clube da Luta para Meninas"</i>, Emma Seligman dialoga com essa tradição, mas a subverte de maneira brilhante e bem-humorada, desafiando as lógicas patriarcais e misóginas que prevalecem até hoje. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Na trama acompanhamos PJ (Rachel Sennott) e Josie (Ayo Edebiri), duas adolescentes que anseiam perder a virgindade e para isso criam um clube de autodefesa para mulheres como forma de chamar a atenção das líderes de torcida por quem são apaixonadas. O plano funciona e o clube ganha popularidade, fazendo com que a dupla busque uma saída antes que seu plano seja exposto. </span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWHDbicQ5eyPb_An9UWIM9knnmxkmHWqs09Ep6MKCC8PXmy-fGXAI2tqQehaSUcEtO24jYYZUUSffvPhIG0ZFKinB7FgBWDjJa1UQ_rKSQHtY3bjEqwn9sOJvhuK09z3ve4G7XBclemW-zHvH8YEnlXu6ZvQoYR3hBsURQ4zN4ELPWExywOWruWfOTAIcL/s1224/image-Filme-do-Prime-Video-e-um-Clube-da-Luta-com-mulheres.webp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="815" data-original-width="1224" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWHDbicQ5eyPb_An9UWIM9knnmxkmHWqs09Ep6MKCC8PXmy-fGXAI2tqQehaSUcEtO24jYYZUUSffvPhIG0ZFKinB7FgBWDjJa1UQ_rKSQHtY3bjEqwn9sOJvhuK09z3ve4G7XBclemW-zHvH8YEnlXu6ZvQoYR3hBsURQ4zN4ELPWExywOWruWfOTAIcL/s16000/image-Filme-do-Prime-Video-e-um-Clube-da-Luta-com-mulheres.webp" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><p style="text-align: justify;">A talentosa cineasta canadense Emma Seligman, aos 28 anos, surpreende novamente com seu segundo projeto como diretora, consolidando seu espaço após o notável <i>"Shiva Baby",</i> lançado em 2021. Enquanto ambos os filmes tenham Rachel Sennott como protagonista, as semelhanças se encerram aí. Se no primeiro trabalho Seligman explorou a melancolia e um humor mais ácido, em <i>"Clube da Luta para Meninas"</i> ela revela exatamente o oposto, destacando a impressionante versatilidade tanto da cineasta quanto de sua talentosa atriz de confiança. </p></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">O filme abraça de forma objetiva uma perspectiva política clara e não compromete a mensagem tentando velá-la, muito pelo contrário. Tudo que é dito apresenta uma crítica afiada, utilizando o posicionamento feminista para fazer chacota do protagonismo machista que esse mesmo tipo de filme representava até então. A estética também remete esses tempos, uma escolha criativa deliberada que, em determinado momento, torna-se parte integrante da própria piada. No âmbito da comédia, o filme mantém-se firme, não cedendo ao drama e preservando seu senso de humor escrachado até o fim. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Porém, se a habilidosa direção por trás das câmeras merece destaque, também é digno de nota o desempenho do elenco, a começar pela talentosa Rachel Sennott. Sennott tem escolhido papéis interessantes e vem construindo uma carreira sólida na indústria. Ao lado dela, Ayo Edebiri, jovem comediante que brilha como atriz na série <i>"The Bear"</i>, é uma adição destacada. Vale mencionar a conexão prévia entre Edebiri, Sennott e Seligman, uma vez que estudaram juntas na Universidade de Nova York. A química e entrosamento entre elas, somados ao carisma do trio, conferem ao filme um atrativo adicional. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Disponível no catálogo do Prime Video, o filme proporciona uma experiência provocativa e inteligente, demonstrando que é possível abordar temáticas de profunda densidade sem perder a leveza. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ3RAGuf8XwALowpsopfDeYTz-IZrhadHCjOPe5XgEeplV04tAfZJSiobVHLOraylbwWAoXbpk3_argKZj-yzyFF6hNHfqk27ktNj5zsqNCBZ3Htz4V_Ji5U-BJXZR37QLycjX1noT-uhweArfDXx3QXoLBXXCkmlCksrk3np9HxpETv88VziM_2nOuws2/s1529/3.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="440" data-original-width="1529" height="39" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ3RAGuf8XwALowpsopfDeYTz-IZrhadHCjOPe5XgEeplV04tAfZJSiobVHLOraylbwWAoXbpk3_argKZj-yzyFF6hNHfqk27ktNj5zsqNCBZ3Htz4V_Ji5U-BJXZR37QLycjX1noT-uhweArfDXx3QXoLBXXCkmlCksrk3np9HxpETv88VziM_2nOuws2/w134-h39/3.png" width="134" /></a></div><p></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/vH5NAahf76s" width="650" youtube-src-id="vH5NAahf76s"></iframe></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p>papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995743390241706527.post-44139668885595912312023-11-29T00:31:00.000-03:002023-11-29T00:31:13.263-03:00'Leo' : burlesca e cativante, animação educa com doçura e bom humor | 2023<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><b>NOTA 7.0</b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #999999; font-family: verdana;"><i>Será que eu posso falar sobre você como se não estivesse aqui?</i></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Por Vinícius Martins <a href="https://www.instagram.com/cinemarcante/" target="_blank">@cinemarcante </a></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Sejamos honestos, existem umas crianças perturbadas que a gente bate o olho e logo vê que precisam ouvir algumas verdades que os pais (ou responsáveis) não podem dizer. Essas verdades muitas vezes não vem à tona porque, em casos específicos, a causa dessas verdades necessárias é justamente oriunda pelos próprios pais e pela educação equivocada que eles dão - muitas vezes sem nem perceber. Isso gera conflitos de identidade na infância, comportamentos ofensivos ou socialmente repelentes, disputas por algum status de popularidade, e, no fim das contas, todos esses pequenos se veem solitários de algum modo.<i> ‘Leo’,</i> nova animação da Netflix dublada e produzida por Adam Sandler, chega à plataforma com os ares de ser só mais uma adição bobinha ao catálogo - afinal, é um filme de animais falantes -, mas se mostra portador de um debate muito útil, se dispondo a dialogar com as crianças aquilo que muitos pais têm dificuldade em conversar.</span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2lZPBYEjq1bC3Klj4PpOi_C1N692kVnV99K__twp9URTaB5btJclCeGtpJ0j4swNTow-AS5uYw4rXcheqm400t7YQmry3jFrpCFcAsZ9Zl9a_8ujjZ2G8kppvBeJbKFDW10wk6IIZbex2Fbi4XRN85hpiL12dSoF2ecJfZ3cc76p25-L7FRSqhKZKw6yg/s1200/image-Leo-Sinopse-trailer-e-data-de-estreia-da-animacao-da-Netflix-com-Adam-Sandler.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="675" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2lZPBYEjq1bC3Klj4PpOi_C1N692kVnV99K__twp9URTaB5btJclCeGtpJ0j4swNTow-AS5uYw4rXcheqm400t7YQmry3jFrpCFcAsZ9Zl9a_8ujjZ2G8kppvBeJbKFDW10wk6IIZbex2Fbi4XRN85hpiL12dSoF2ecJfZ3cc76p25-L7FRSqhKZKw6yg/s16000/image-Leo-Sinopse-trailer-e-data-de-estreia-da-animacao-da-Netflix-com-Adam-Sandler.webp" /></a></div><span style="font-family: verdana;"><p style="text-align: justify;">Com um humor infantojuvenil típico de Adam Sandler, o filme começa em uma aparente conformidade àquilo que se espera de uma animação pouco inspirada, mas não demora a se perceber que a proposta aqui é usar uma ilustração surrealista de animais inteligentes que começam a revelar seus dons verborrágicos para algumas crianças (o que não é nenhuma novidade nos filmes animados) para comentar as angústias modernas de forma dinâmica e didática, ensinando uma pluralidade de pontos de vista e promovendo algumas reflexões bastante pertinentes e necessárias. Assuntos como rejeição, ansiedade, aceitação, morte, confiança e amizade são trazidos à luz sob uma abordagem cuidadosa e repleta de respeito, mesmo apesar de portar um humor estereotipado e uma visão de mundo limitada às aflições de uma esfera micro como é uma sala de aula do quinto ano. E quase como uma parábola, o filme entrega boas pérolas de sabedoria e alguns conselhos notáveis que ajudam na percepção da vida e do mundo que cerca as crianças.</p></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">Mas não se deixe enganar pelo alegórico descompromisso do filme com a realidade por causa dos animais falantes e intelectualmente super desenvolvidos, pois os ensinamentos propagados aqui são não somente válidos como também são muito úteis, principalmente para as crianças que precisam encontrar a si mesmas em um mundo cujas regras não foram elas que criaram. Com isso em mente, diversas realidades do grupo de estudantes são apresentadas à medida em que Leo, o lagarto setentenário tagarela que dá título ao filme, passa a frequentar suas casas aos finais de semana por causa de uma dinâmica de cuidado da turma. Aqui também tem, é claro, aquele típico exagero de terceiro ato em filme infantil, onde uma coisa “pequena” e contida ganha contornos megalomaníacos e absurdos demais até para a proposta interna que o filme vinha trazendo, mas o caso da vez soa bem menos forçado e a cadência de eventos e irrealidades não destoa tanto quanto poderia. No fim das contas, o filme diverte, emociona e ensina com muitas qualidades e um mérito que poucas animações recentes conseguem possuir.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;">E fechando, sendo ainda mais honestos, existem uns adultos perturbados que a gente bate o olho e logo vê que precisam ouvir umas verdades. Esse filme dialoga também com esses adultos, que fazem uso de uma ambição desmedida e predatória, que seguem atropelando tudo e todos sem respeitar as individualidades, talentos e seus devidos méritos e créditos. <i>‘Leo’</i> é uma aula para os pequenos e uma revisão aos grandes sobre a necessidade de enxergar o outro e abraçar as diferenças que se movimentam fora de suas respectivas bolhas sociais. É engraçadinha, piadista e cativante em uma medida que comove sem a necessidade de querer fazer chorar, porque aqui o que importa é a reflexão e a lição que continuam ecoando na mente quando o filme termina. Uma grata surpresa, que recomendo para todas as idades.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_hh8WF5E-PQxl0aWeeGp0WjyTjc34rmoCMloulAcK012THm0GsbPTBmBCPDnXJ8P1rvB2XHRK-4AbyyvCUQkU02VMq9NwhYadSH1rz3ImGC182OolSfjKiMAEsUulWan1VOXuQARkx8RCrNubixLVUXGpfg0iwyIBInPpE5OX5tmwKjc3Mh1GViYY9L_k/s1334/4.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="463" data-original-width="1334" height="42" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_hh8WF5E-PQxl0aWeeGp0WjyTjc34rmoCMloulAcK012THm0GsbPTBmBCPDnXJ8P1rvB2XHRK-4AbyyvCUQkU02VMq9NwhYadSH1rz3ImGC182OolSfjKiMAEsUulWan1VOXuQARkx8RCrNubixLVUXGpfg0iwyIBInPpE5OX5tmwKjc3Mh1GViYY9L_k/w121-h42/4.png" width="121" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/27M2lZHAllI" width="650" youtube-src-id="27M2lZHAllI"></iframe></div><br /><span style="font-family: verdana;"><br /></span><p></p>papo de cinematecahttp://www.blogger.com/profile/09943011919284880562noreply@blogger.com0