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PiTacO do PapO - '7 Dias em Entebbe' | 2018

NOTA 8.0

Por Rogério Machado



Não resta dúvidas que José Padilha tenha conquistado de vez sua cadeira cativa em Hollywood. Depois da razoável recepção de "Robocop" (2014), Padilha tem ganhado mais espaço -muito por mérito de seu legado no cinema nacional - mais e mais espaço e confiança em terras gringas. “7 dias em Entebbe”, novo longa do diretor brasileiro que chegou aos cinemas em abril,  foi alvo de duras críticas na imprensa internacional, mas é certo que a produção tem mais méritos do que deméritos. 



A trama baseada em eventos reais mas com trechos dramatizados , como vemos nos créditos de abertura,  se passa em entre junho e julho de 1976, quando um voo da Air France de Tel-Aviv à Paris é sequestrado e forçado a pousar em Entebbe, na Uganda. Os passageiros judeus foram mantidos reféns para ser negociada a liberação dos terroristas e anarquistas palestinos presos em Israel, na Alemanha e na Suécia. Sob pressão, o governo israelita decidiu organizar uma operação de resgate para atacar o campo de pouso e soltar os reféns.

À frente da operação estão Bose (Daniel Brühl) e Brigitte (Rosamund Pike) alemães humanistas que querem ver a ação ser bem sucedida , mas que não pretendem sujar as mãos de sangue. Pike e Brühl formam uma dupla competente de protagonistas que exalam humanidade apesar se serem idealistas. Dessa forma, passamos a ver o outro lado da moeda: o longa narra os fatos pela ótica daqueles que são chamados de terroristas. A trama se divide entre os “mocinhos”, mas também oferece a perspectiva dos “bandidos”. Damos espaço para suas contradições, até o momento de uma autocrítica: “O que foi que nós fizemos!?” — explicou o diretor no Festival de Berlim. Diferentemente de versões anteriores, algumas realizadas no calor do momento, como “Vitória em Entebbe” (1976), de Marvin J. Chomsky, e “Operação Thunderbolt” (1977), de Menahem Golan, “7 dias em Entebbe” prioriza o ponto de vista dos sequestradores.

O longa de Padilha peca por retardar a ação, mas em contrapartida mostra o quão genial ele pode ser, oferecendo um novo ponto de vista e dando novas perspectivas e ângulos, além de extrair leveza em meio à violência - as sequências de dança (uma das personagens, esposa de um soldado israelense é bailarina e vive o dilema de perdê-lo para a guerra) que sobrepõem-se às sequencias de ação no desfecho são belíssimas. Conseguir esse diapasão não é assim tão fácil, há de se convir. 


Vale Ver !

DIREÇÃO

  • José Padilha

EQUIPE TÉCNICA

Roteiro: Gregory Burke
Produção: Eric Fellner, Kate Solomon, Michelle Wright, Ron Halpern, Tim Bevan
Fotografia: Lula Carvalho
Trilha Sonora: Rodrigo Amarante
Estúdio: Participant Media, Pellikola, Working Title Films
Montador: Daniel Rezende
Distribuidora: Diamond Films

ELENCO

Andrea Deck, Angel Bonanni, Ben Schnetzer, Brontis Jodorowsky, Daniel Ben Zenou, Daniel Brühl, David Annen, Denis Ménochet, Eddie Marsan, Flynn Allen, Frida Cauchi, Ingrid Craigie, Juan Pablo Raba, Kamil Lemieszewski, Lior Ashkenazi, Mark Ivanir, Natalie Stone, Nonso Anozie, Peter Sullivan, Rosamund Pike, Vincent Riotta, Yiftach Klein, Zina Zinchenko

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